Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa avançava nesta terça-feira, acompanhando a melhora em praças acionárias no exterior, principalmente Wall Street, enquanto Natura&Co desabava após resultado trimestral com prejuízo e receitas menores em todas as linhas de negócios.

Às 11:11, o Ibovespa subia 0,76%, a 103.900,92 pontos, após acumular perda de 3,2% nos últimos três pregões. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.

Na visão da estrategista de ações da XP, Jennie Li, os mercados estão tentando se recuperar da volatilidade dos últimos dias, quando prevaleceram preocupações com o sistema bancário nos Estados Unidos após a quebra do SVB na sexta-feira.

Para ela, a reação nos mercados não foi tão negativa por causa da ação rápida de reguladores nos EUA e pela expectativa de que essa instabilidade do setor financeiro norte-americano pode levar a um aperto monetário mais brando do Federal Reserve.

Nesse contexto, dados de preços ao consumidor dos EUA nesta terça-feira, dentro das expectativas, corroboravam as perspectivas de uma alta pequena de juros pelo banco central norte-americano na próxima semana.

Após o colapso do SVB, em meio ao estresse no setor bancário, as analistas do Goldman Sachs disseram antes mesmo dos dados de inflação que não esperam mais que o Fed aumente os juros em 25 pontos-base na reunião de 21 e 22 de março.

Em Wall Street, o S&P 500 avançava 1,48%.

No Brasil, Li ressaltou que o grande tema ainda é o novo arcabouço fiscal, esperado para os próximos dias. Mas ressaltou que o mercado brasileiro não está isolado e pode ser afetado pelo sentimento global.

DESTAQUES

– NATURA&CO ON desabava 16,75%, a 12,33 reais, após a fabricante de cosméticos reportar prejuízo líquido de 890,4 milhões de reais no quarto trimestre, pressionada em parte por receitas menores em todas as linhas de negócios. O Ebitda ajustado encolheu 29%. Analistas do BTG Pactual consideraram fracos os resultados do quarto trimestre, afirmando que o “difícil ‘turnaround'” os deixa mais conservadores em relação à Natura&Co, apesar de enxergarem oportunidades de curto prazo. No pior momento, as ações chegaram a 11,94 reais.

– GOL PN avançava 4,44%, a 7,52 reais, e AZUL PN valorizava-se 2,58%, a 12,7 reais, retomando o fôlego que marcou a última semana, em meio a uma série de notícias de ambas, incluindo resultado trimestral, dados de demanda/oferta, acordo com empresas de leasing e investimento.

– RAÍZEN PN subia 3,44%, a 2,71 reais, após o conselho de administração da companhia de açúcar e etanol aprovar o pagamento aos acionistas de 919 milhões de reais em dividendos intermediários. Os dividendos terão como base a posição acionária de 16 de março, e serão pagos no dia 27 deste mês, acrescentou o comunicado.

– CVC BRASIL ON recuava 4,79%, a 3,38 reais. Analistas do JPMorgan cortaram a recomendação das ações para “underweight” e abandonaram o preço-alvo, mesmo após apresentação de reperfilamento da dívida pela operadora de turismo. “As tendências de crescimento da receita estão aquém das expectativas, refletindo um ambiente de consumo mais desafiador, bem como menor aprovação de crédito ao consumo, especialmente para um segmento de viagem de ‘risco mais alto'”, argumentaram, entre outros pontos, em relatório a clientes.

– PETROBRAS PN tinha elevação de 1,78%, a 24,62 reais, buscando também se recuperar após fechar no vermelho nos últimos três pregões, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no exterior nesta sessão. A companhia também disse nesta terça-feira que está trabalhando para retomar a produção do Polo Bahia Terra até abril.

– VALE ON ganhava 0,21%, a 83,4 reais. Os futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian recuaram de uma máxima contratual nesta terça-feira, embora as perdas tenham sido limitadas pelos altos preços do aço na China.

– ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,21%, a 23,73 reais, e BRADESCO PN subia 0,45%, a 13,48 reais.

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