Em um cenário de retomada gradual da atividade econômica e flexibilização das medidas de distanciamento social, o mercado de trabalho começa a dar sinais positivos. Houve crescimento da população trabalhando na terceira semana de agosto, estabilidade no número de desempregados e leve redução da população inativa, mostrou a divulgação semanal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego no País foi de 13,2% na semana de 16 a 22 de agosto, um leve recuo ante os 13,6% da segunda semana do mês. A pesquisa estimou a população desocupada do país em 12,6 milhões, que ficou estável ante a semana anterior.

“Há uma estabilidade geral nos indicadores de mercado de trabalho, mas olhando as variações, em termos de tendência, foi observada uma variação positiva na força de trabalho, que se deu em função do aumento no contingente da população ocupada”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

O total de pessoas ocupadas chegou a 82,7 milhões de brasileiros, ante 82,1 milhões na segunda semana do mês passado. Já a população fora da força de trabalho – que não estava trabalhando nem procurava por trabalho – também ficou estatisticamente estável em 75 milhões.

“Na população fora da força, entre aqueles que gostariam de trabalhar, mas não tinham procurado trabalho justamente alegando a pandemia como o principal motivo, houve uma redução de cerca de 582 mil pessoas”, destaca Maria Lúcia.

Flexibilização

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O IBGE identificou que o número de pessoas que ficaram rigorosamente isoladas se reduziu em 2,8 milhões da segunda para a terceira semana de agosto, passando a 41,6 milhões.

A pesquisa também estimou em 4,5 milhões a população que não fez restrição na semana de 16 a 22 de agosto, estável em relação à semana anterior. No mesmo período, cresceu em 1,9 milhão o número de pessoas que reduziu o contato com outras, mas continuaram saindo ou recebendo visitas (76,4 milhões de pessoas). Foi a terceira semana seguida de aumento desse comportamento.

A população que ficou em casa e só saiu por necessidade básica naquela semana foi de 87,6 milhões de brasileiros (41,5%), ante 86,4 milhões na segunda semana de agosto. Nesse período, a pesquisa estimou que 12,4 milhões de pessoas (ou 5,9% da população do país) apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à covid-19.

Para Maria Lúcia Vieira, os dados apontam uma flexibilização do isolamento por parte da população. “De alguma forma, as pessoas estão flexibilizando as medidas de isolamento social, uma vez que aumenta o porcentual de pessoas que estão tendo medidas menos restritivas e diminui o porcentual daquelas que aplicam medidas mais restritivas de isolamento”, explica.

Na semana de 16 a 22 de agosto, dos 46 milhões de estudantes que frequentavam escolas ou universidades no País, 15,9% não tiveram atividades escolares. O porcentual equivale a 7,3 milhões de alunos.


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