Embora tenha visto a produção crescer 0,1% em junho ante maio e esteja 0,5% acima do nível de dezembro, a indústria nacional segue presa em nível de produção semelhante ao que era visto entre janeiro e fevereiro de 2009. Além disso, o perfil do crescimento de junho é “preocupante”, afirma o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.

Isso porque o avanço de 0,1% na margem foi pouco espalhado, chegando a apenas sete das 25 atividades industriais monitoradas. Este é o menor espalhamento do campo positivo desde outubro de 2022, quando somente seis atividades viram a produção crescer.

Não bastasse, em junho, o crescimento da produção industrial ficou concentrado em indústria extrativa (+2,9%), enquanto a indústria de transformação recuou 0,2% ante maio, no terceiro mês de queda seguido.

“A indústria não tem conseguido suplantar o patamar de 2009. E isso dá uma dimensão do espaço importante a ser recuperado”, resume Macedo.

Segundo o analista, o saldo positivo de 0,5%, na comparação com a produção do fim de ano, sobe para 2% se comparado aos últimos três meses de 2022. Essa melhora, no entanto, vem em ritmo “insuficiente”.

“Isso não reverte qualquer grau de perda passada. Mesmo com um saldo recente positivo, a indústria segue 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020”, diz Macedo.

Quando a base de comparação é o pico da série histórica, de maio de 2011, a distância é ainda maior: em junho, a produção ficou 18% abaixo do teto da indústria nacional.