IBGE: evangélicos crescem, mas maioria da população brasileira se declara católica

Fernando Frazão/Agência Brasil
Católicos ainda são maioria no Brasil Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta sexta-feira, dia 6, mostra que o número de pessoas que se declaram evangélicas cresceu no País. Porém, a maioria da população brasileira ainda se declara católica.

De acordo com o Censo Demográfico 2022, comparado a 2010, houve uma redução do percentual de católicos (56,7%) e aumento percentual de evangélicos (26,9%). Além disso, as pessoas que se declararam sem religião durante a pesquisa somaram 9,3%. Em 2010, os católicos eram 65,0% da população, os evangélicos, 21,6%, enquanto os sem religião correspondiam a 7,9% dos declarantes.
A religião espírita (1,8%) apresentou queda de 0,3 pontos percentuais na comparação com 2010. Umbanda e candomblé, por outro lado, saíram de 0,3% em 2010 para 1,0% em 2022, um aumento de 0,7 pontos percentuais.
Em 2022, o catolicismo liderou em todas as Grandes Regiões do País, com maior concentração no Nordeste (63,9%) e no Sul (62,4%). Os evangélicos, por sua vez, estavam em maior número no Norte (36,8%) e no Centro-Oeste (31,4%). A concentração dos que se declararam espíritas era no Sudeste (2,7%), e os umbandistas e candomblecistas estavam mais presentes no Sul (1,6%) e no Sudeste (1,4%). O Sudeste (10,5%) também reunia a maior quantidade de pessoas sem religião.
Entre as unidades da federação, a maior proporção de católicos, na população com 10 anos ou mais de idade, foi registrada no Piauí (77,4%), e a menor em Roraima (37,9%). Em relação aos evangélicos, a maior proporção foi registrada no Acre (44,4%), e a menor no Piauí (15,6%). Já a maior proporção de espiritas foi observada no Rio de Janeiro (3,5%), enquanto a maior proporção de praticantes de Umbanda e Candomblé foi registrada no Rio Grande do Sul (3,2%).
Roraima tinha, em 2022, a maior proporção de pessoas sem religião (16,9%), de outras religiosidades (7,8%) e de adeptos de tradições indígenas (1,7%).
Os católicos eram o grupo de religião predominante em 5.322 municípios brasileiros em 2022. Em 4.881 municípios, eles representavam mais da metade da população com 10 anos ou mais de idade e, num conjunto de 20 municípios, 14 deles localizados no Rio Grande do Sul, os católicos ultrapassavam 95% da população.
Em 244 municípios, os evangélicos eram o grande grupo religioso predominante. Já os espíritas predominavam em somente um município, ao passo que os sem religião eram maioria em três municípios.
Crato (CE) foi o município com mais de 100 mil habitantes que apresentou o maior percentual de católicos na população com 10 anos ou mais de idade (81,3%) em 2022. No sentido oposto, a menor proporção foi registrada em Queimados (RJ), com 23,1%.
Os dois únicos grandes grupos de religião com maioria masculina são os das pessoas sem religião (56,2%) e de tradições indígenas (50,9%). Nos demais, há predomínio de mulheres, com destaque para os espiritas, grupo no qual as mulheres representavam 60,6% do total.
Embora os católicos fossem maioria em todos os grupos de idade, a proporção desse grande grupo variou entre 52,0%, na faixa etária de 10 a 14 anos de idade, a 72,0% na faixa etária mais velha, de 80 anos de idade ou mais.
Em 2022, o catolicismo predominou em todas as categorias de cor ou raça. Dentre as pessoas que se declararam brancas, 60,2% se identificavam como católicas, 23,5% como evangélicas e 8,4% como sem religião.
As tradições indígenas (24,6%) e os católicos (7,8%) foram os grupos religiosos que apresentaram as maiores taxas de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade. Já os grupos religiosos com as menores taxas de analfabetismo foram pessoas que se declararam espíritas (1,0%) e os umbandistas/candomblecistas (2,4%).
Em 2022, os espíritas foram os que apresentaram a menor proporção de indivíduos sem instrução e com ensino fundamental incompleto (11,3%), e o maior percentual de nível superior completo (48,0%).