A devolução de uma cobrança indevida de energia atrelada à usina nuclear de Angra 3 na conta de luz terá forte impacto para baixo na inflação de abril, disse a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos.

Conforme decisão anunciada semana passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz do consumidor em todo o País vai cair em até 19,5% em abril. A conta de luz do consumidor residencial da Eletropaulo, de São Paulo, por exemplo, cairá 12,44%. No caso da Light, do Rio de Janeiro, a queda será de 5,3%. A Cemig, de Minas Gerais, vai cortar em 10,61% a sua tarifa de abril. A CEB, de Brasília, terá redução de 5,92%.

Nas contas de Eulina, se a queda média nos preços de energia elétrica medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) for de 10% em abril, tirará 0,33 ponto porcentual (p.p.) do indicador deste mês.

Mais cedo, o IBGE informou que o IPCA de março ficou em 0,25%. A energia elétrica foi justamente uma das vilãs, com alta de 4,43% no mês passado, contribuindo com 0,15 (p.p.) do 0,25%.

Os principais motivos para a alta foi a introdução da “bandeira” amarela, que implica a cobrança extra de R$ 2,00 a cada 100 quilowatts/hora (kwh) consumidos e aumentos do PIS/Cofins em algumas regiões. Segundo Eulina, além da aplicação da bandeira amarela em março, houve reajuste na cobrança do valor extra.

Outro preço administrado que terá impacto na inflação de abril é o gás de cozinha. No IPCA de março, o botijão de gás ficou 1,13% mais caro, por causa do reajuste de 9,8% no gás de cozinha anunciado pela Petrobras em 21 de março. “Isso vai continuar fazendo afeito em abril”, disse Eulina.