A desigualdade de renda entre ricos e pobres no Brasil caiu em 2022 para o menor nível de uma série histórica iniciada em 2012, segundo informações divulgadas pela IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11).
Com a ampliação do Auxílio Brasil e a geração de emprego, o rendimento domiciliar per capita da metade da população mais pobre subiu 18% no ano passado, para R$ 537 por mês. Por outro lado, o ganho médio dos brasileiros 1% mais ricos foi de R$ 17.447. O valor no topo da distribuição ficou 0,3% abaixo do registrado em 2021 (R$ 17.494).
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Mesmo com o tímido recuo, os brasileiros 1% mais ricos (R$ 17.447) ganharam o equivalente a 32,5 vezes a renda da metade da população mais pobre (R$ 537). Essa diferença é a menor da série histórica, mas ainda mantém as desigualdades abissais no país. Em 2012, quanto tiveram início os registros, a proporção era de 38,2 vezes.
Segundo a instituição, o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 às vésperas das eleições de 2022 pelo governo Jair Bolsonaro (PL) elevou os rendimentos dos mais pobres. Concomitantemente, houve a geração de 7,7 milhões de novos empregos. O Nordeste manteve o maior índice de desigualdade e a região Sul, a menor marca.
Além disso, o IBGE diviulgou o índice de Gini específico relativo ao rendimento médio mensal de todos os trabalhos dos brasileiros, que apresentou redução de 0,499 para 0,486, a menor marca da série. A renda média de todos os trabalhos teve queda de 2,1% em 2022. Já a massa de rendimentos, considerada a soma dos salários, avançou 6,6%.
Metodologia
Os resultados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2022. Os dados de renda foram divulgados em termos reais, ou seja, com o ajuste pela inflação. O rendimento domiciliar per capita corresponde ao ganho total de uma família dividido pela quantidade de pessoas na residência.
A pesquisa do IBGE vai além do mercado de trabalho e também apresenta estatísticas sobre a renda dos brasileiros a partir de outras fontes, como aposentadorias e benefícios sociais. No ano passado, o Gini do rendimento domiciliar per capita (por pessoa) recuou a 0,518, o menor nível da série com 11 anos, após subir a 0,544 em 2021. Apesar da diminuição em 2022, o índice segue ainda em um nível elevado se comparado ao de outros países, afirma o IBGE.