O Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quarta-feira, dia 5, mostra que apesar de tímido, houve um crescimento de pessoas que viviam em união entre os anos de 2000 e 2022. A porcentagem de pessoas casadas passou de 49,5% em 2000 para 51,3% em 2022. Além disso, também foi observado um aumento do percentual de pessoas que se separaram, passando de 11,9% em 2000 para 18,6% em 2022.
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Por outro lado, a pesquisa também mostrou uma redução no percentual de pessoas que nunca viveram em união, de 38,6% em 2000, passando por 35,4% em 2010 e chegando a 30,1% em 2022. Para analisar os dados, o instituto levou em consideração pessoas com 10 anos ou mais de idade.
O Rio de Janeiro foi destaque na pesquisa por ter apresentado o maior percentual de pessoas que viveram dissoluções da união conjugal, 21,4%, seguido por Bahia (20,4%) e Sergipe (20,1%). Por outro lado, o maior crescimento do percentual de pessoas que não viviam, mas já viveram em união conjugal foi encontrado na Região Nordeste, tendo o Piauí aumentado de 9,9% em 2000 para 17% em 2022, representado um crescimento de 71,5%.
Também ficou evidenciado um crescimento somente dos casamentos no civil e das uniões consensuais de 2000 a 2022. Em 2022, no conjunto do País, 20,5% das pessoas que viviam em união declararam que essa união era somente no civil, percentual superior ao observado em 2000 (17,5%) e em 2010 (17,2%), quando ficaram estáveis.
Já as uniões consensuais tiveram seu grande aumento entre 2000 (28,6%) e 2010 (36,4%), tendo reduzido o ritmo desse crescimento de 2010 para 2022, quando o percentual dessas uniões foi de 38,9%. Comparando o período analisado, em 2022, reduziram-se os percentuais das pessoas que viviam unidas através do casamento civil e religioso (37,9%) e daquelas unidas apenas no religioso (2,6%).
A pesquisa também mostrou que mulheres mais novas (com até 39 anos) estavam casadas em uma proporção maior do que homens do mesmo grupo etário. Depois dos 40 anos, a situação se inverte, com uma maior proporção de homens casados, chegando a uma diferença de quase 6 pontos percentuais entre as pessoas de 60 anos ou mais. Sendo assim, homens se casam com uma média de idade maior, de 26 anos, em comparação à média de 23 anos para as mulheres.

Situação de homens e mulheres em relação ao casamento. Foto: Reprodução/IBGE
Pessoas que se declaram indígenas, pretas ou pardas optaram em maior proporção pelo casamento, com percentuais de 56%, 46,1% e 43,8%, respectivamente. No caso das pessoas brancas, 46% uniram-se pelo casamento civil e religioso. Já entre as pessoas que se declaram de cor amarela, esse percentual foi 48,2%. Os dados do Censo 2022, também mostraram que 67% das pessoas estavam unidas a pessoas do mesmo grupo de cor ou raça, enquanto, em 2000, esse percentual era 70,9%.
Em termos educacionais, 58,2% das pessoas se casaram com alguém com o mesmo nível de instrução. Em 2022, as mulheres mostraram menor seletividade do que os homens, pois 52,3% das mulheres com ensino superior completo estavam unidas a homens desse mesmo grupo, enquanto 68,5% dos homens com esse nível de instrução estavam unidos a mulheres do mesmo grupo.
Em relação ao rendimento financeiro das pessoas, a pesquisa mostra que o casamento está relacionado com as condições socioeconômicas mais precárias. Pessoas nas faixas de menor rendimento domiciliar per capita tiveram maior representação nesse tipo de união. Para aqueles cujo rendimento era de até meio salário-mínimo, 52,1% das uniões eram consensuais.
Entre os que optaram pelo casamento civil e religioso, houve uma maior frequência de pessoas que se declararam de religiões católica ou evangélica, enquanto a união consensual foi a principal escolha para os sem religião. No conjunto do País, a união consensual foi a opção de 40,9% dos católicos, 28,7% dos evangélicos, 37% de pessoas de outras religiões e 62,5% dos sem religião.
Em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo, em 2022, essas uniões corresponderam a 0,7% do total de unidades domésticas, correspondendo a algo em torno de 480.000, evidenciando um crescimento expressivo em relação a 2010, quando o total das uniões entre casais de mesmo sexo foi em torno de 58.000 e representavam 0,1% das unidades domésticas. A distribuição por sexo das pessoas nesse tipo de união mostrou que 58,2% eram constituídas entre mulheres e 41,8% entre homens. Esses valores mostram uma maior proporção de uniões entre mulheres em relação a 2010, quando os percentuais eram 53,8% e 46,2%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa diz que mudanças na estrutura da família, maior participação da mulher no mercado de trabalho, baixas taxas de fecundidade e o envelhecimento da população influenciaram no aumento do percentual de casais sem filhos (com ou sem parentes) no período de 2000 a 2022, que passou de 14,9% para 26,9% do total de famílias. Também aumentou em 2 pontos percentuais a ocorrência de famílias monoparentais femininas (com ou sem parentes), de 15,3% para 17,3%, enquanto as masculinas (com ou sem parentes) tiveram um aumento de 0,8 pontos percentuais, de 1,9% para 2,7%.