Apesar da queda de 0,12% no preços dos produtos industriais na porta de fábrica em dezembro, 17 das 24 atividades pesquisadas no Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registraram altas no último mês de 2021. Em dezembro, a queda foi puxada pelas indústrias extrativas, cuja queda de 12,77% teve impacto negativo de 0,71 ponto porcentual (p.p.) no indicador agregado.

Quando se olha para o acumulado de 2021, todas as 24 atividades fecharam com alta de preços. A alta recorde de 28,39% no IPP foi puxada pelos preços de refino de petróleo e biocombustíveis. Com um salto de 69,72%, a atividade teve impacto positivo de 5,88 p.p. na variação agregada do indicador.

A forte alta anual foi registrada apesar do alívio registrado em dezembro. No último mês do ano, os preços da atividade de refino de petróleo e biocombustíveis caíram 1,52%.

Outros destaques em termos de impacto foram produtos químicos (5,14 p.p.), alimentos (4,77 p.p.) e metalurgia (2,73 p.p).

O IBGE chamou a atenção para os preços da indústria de alimentos. Segundo o instituto, a alta de 2,09% em dezembro de 2021 foi a sexta seguida. Na variação anual, 2021 foi o terceiro ano seguido em que os preços do setor avançaram acima de 10%: em 2019, 10,14%; em 2020, 30,40%; e, em 2021, 18,57%.

Segundo o IBGE, “apenas dois produtos, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e resíduos da extração de soja, aparecem, na perspectiva mensal, tanto na lista de produtos que figuram entre as variações mais intensas quanto na de influência (os quatro destacados respondem por 2,06 p.p., em 2,09%)”.

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Já no acumulado do ano, o principal vilão foi o café. A atividade “torrefação e moagem de café” viu os preços saltarem 67,27% em 2021, por causa do forte “impacto do inverno rigoroso, com geada”. Outro destaque no ano foram os preços da atividade “fabricação e refino de açúcar”, com salto de 39,91%.

“Além do clima (que prejudicou a produção de cana-de-açúcar e café, por exemplo), fatores como a demanda internacional (com efeito em açúcar, derivados de soja e carnes) e o câmbio (depreciação do real em 9,8%, no ano) ajudam a explicar o movimento dos preços em 2021”, diz o IBGE, em nota.

Bens de capital

Os bens de capital ficaram 1,73% mais caros na porta de fábrica em dezembro de 2021, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor. O resultado ocorre após os preços terem subido 1,18% em novembro de 2021. No acumulado do ano passado, o IPP dos bens de capital saltou 21,08%.

Os bens intermediários registraram queda de 0,54% nos preços em dezembro do ano passado, ante uma alta de 1,67% em novembro. Em 2021, o IPP dos bens intermediários disparou 35,15%.

Já os preços dos bens de consumo subiram 0,24% em dezembro de 2021, depois de uma alta de 1,16% em novembro. Com isso, fecharam 2021 com avanço de 19,66%.

Dentro dos bens de consumo, os bens duráveis tiveram elevação de 0,76% em dezembro, ante alta de 0,67% no mês anterior. Em 2021, o avanço foi de 15,95%. Os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 0,14% em dezembro, após a elevação de 1,25% registrada em outubro. Em 2021, a alta foi de 20,41%.


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