A liberação de saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve ter baixo impacto nas vendas do varejo, na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo. “A maior parte das liberações é de valores pequenos, os quais tendem a ser direcionados para o pagamento de dívidas”, conclui.

O pesquisador considerou que tem sido forte o ritmo de promoções no varejo buscando atrair consumidores que resgataram recursos do fundo. “As promoções estão acontecendo de maneira mais intensa. Onde falta o pão, todos brigam”, disse.

As perspectivas para o varejo apresentadas em pesquisa do Ibevar e do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia) não são positivas. O estudo prevê que a queda real nas vendas do varejo ampliado em 2017 possa chegar a até 7% em 2017 na comparação com 2016. Apenas no segundo trimestre é esperado um recuo de até 5,7% ante o mesmo período do ano passado.

A pesquisa detectou ainda que tem se mantido elevado o comprometimento da renda dos consumidores com dívidas assumidas no passado. Segundo o estudo, baseado em entrevistas com consumidores na cidade de São Paulo, as pessoas dizem ter em média 22,5% do orçamento familiar comprometido com financiamentos e crediários feitos no passado, alta de 0,5 ponto porcentual ante 2016.

O estudo aponta leve redução no comprometimento da renda com gastos de alimentação e transporte. Com isso, a fatia do orçamento que as pessoas declaram “sobrar” para compras chega a 7,8% na pesquisa sobre intenção de consumo no segundo trimestre de 2017, valor superior aos 5,9% de 2016.