A economia brasileira marcou o segundo mês consecutivo de contração em maio, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O indicador caiu 0,11%, considerando a série livre de efeitos sazonais. Em abril, a queda havia sido de 0,64% (dado revisado hoje). Com a divulgação nesta quinta-feira, 14,, o BC volta ao cronograma original do IBC-Br, após atrasar as divulgações dos dois meses anteriores devido à greve dos servidores do órgão, encerrada na semana passada.

A queda observada no IBC-Br de maio ante abril, com ajuste, ocorreu apesar dos dados setoriais positivos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês, o destaque foi o volume de serviços prestados, (-0,1% em abril para 0,9% em maio), mas a produção industrial também acelerou (0,2% para 0,3%), enquanto o varejo ampliado perdeu fôlego, de 0,5% para 0,2%.

De abril para maio, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 142,13 pontos para 141,97 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor patamar desde fevereiro (141,62 pontos).

O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, positiva em 0,10%, na pesquisa Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo das previsões, que iam de queda de 1,10% a alta de 0,90%.

Na comparação entre os meses de maio de 2022 e de 2021, houve crescimento de 3,74% na série sem ajustes sazonais. Esta série registrou 142,90 pontos no quinto mês do ano, o melhor desempenho para o período desde 2014 (147,14 pontos).

O indicador de maio de 2022 ante o mesmo mês de 2021 também ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam de avanço de 2,10% a 4,70%, mas aquém da mediana positiva de 4,00%.

Comparação trimestral

Apesar da queda observada na margem nos meses de abril e maio, a economia brasileira cresceu no trimestre finalizado no quinto mês do ano, conforme o IBC-Br. O Banco Central informou que o indicador teve alta de 0,92% na comparação com os três meses anteriores (dezembro a fevereiro), pela série ajustada sazonalmente.

Na comparação com o mesmo período de 2021, houve alta de 2,83% pela série sem ajustes sazonais. Em 12 meses até maio, o IBC-Br mostra avanço de 2,66%. Já no acumulado de 2022, o resultado é positivo em 2,08%.

Revisões

O Banco Central também revisou dados do IBC-Br na margem, na série com ajuste. O IBC-Br de abril variou de -0,44% para -0,64%. No caso do dado de março, a revisão foi de alta de 1,08% para 1,00%.

Já o índice de fevereiro passou de expansão de 0,71% para 0,88%, enquanto o de janeiro variou de -0,43% para -0,60%. O dado de dezembro foi revisado de elevação de 0,58% para 0,60%, enquanto o indicador de novembro passou de crescimento de 0,87% para 0,88%.

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC” para o Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2022 é de crescimento de 1,70%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.