Ibama pede explicações a Shell por caso de manchas de óleo

SÃO PAULO, 14 OUT (ANSA) – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) cobrou explicações da empresa Shell Brasil sobre o aparecimento de barris no litoral do Nordeste ligados à empresa e que podem estar atrelados às manchas de óleo que atingiram as praias da região. A decisão foi tomada pelo Ibama a pedido do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles no último sábado (12), depois que pelo menos dois testes realizados pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) verificaram que o conteúdo encontrado no interior dos barris é o mesmo das manchas de óleo que afetaram o litoral nordestino. A informação foi confirmada ao jornal ‘O Estado de S. Paulo” pelo presidente do instituto, Eduardo Fortunato Bim. No entanto, de acordo com a publicação, a Marinha informou que as manchas de óleo não são compatíveis com o material encontrado na amostra retirada do barril da Shell. Além disso, a empresa reforçou, em nota, que o conteúdo original dos tambores localizados na Praia da Formosa, no Sergipe, não tem relação com o óleo cru encontrado em diferentes praias da costa brasileira”. O texto ainda informara que “são tambores de óleo lubrificante para embarcações, produzido fora do país” e o “Ibama está ciente do caso”.   

Hoje(14), a empresa ainda disse que os barris podem ter sido reutilizados por outras pessoas. “Tratam-se de embalagens de lubrificante para embarcações, de um lote não produzido no Brasil. Vale ressaltar que o próprio adesivo em um dos tambores encontrados em Sergipe traz a data de 17/02/2019 associada ao transporte do lubrificante Argina S3 30, e que a mancha de óleo cru que está atingindo o litoral começou a impactar a costa em setembro. Isso aponta para uma possível reutilização da embalagem em questão – reutilização esta que não foi feita pela Shell”, afirmou.   

As manchas de óleo têm poluído o litoral do Nordeste brasileiro desde o início de setembro. Até o início desta semana, a Petrobras havia recolhido 133 toneladas de resíduos contaminados por manchas de óleo.   

Na última semana, investigações da Marinha e da Petrobras encontraram petróleo com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela nas manchas do litoral. Ao todo, o poluente já foi identificado em mais de 138 praias dos nove Estados da região.   

(ANSA)