O rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA) corre o risco de reproduzir os erros cometidos pela indústria tecnológica no início da era das redes sociais, alertou o presidente da Microsoft, Brad Smith, em um fórum empresarial em Nova Delhi nesta sexta-feira (25).

A indústria tecnológica “exagerou um pouco sobre os benefícios que as redes sociais poderiam ter trazido ao mundo e, embora sejam muitos, também se deve pensar nos riscos”, lamentou Smith durante o B20 (Business 20), evento que reúne empresas privadas durante três dias, antes do G20.

“Temos que ser lúcidos, temos que nos animar com as possibilidades que nos são oferecidas, mas também refletir, até mesmo nos preocupar, com os inconvenientes. Temos que construir garantias desde o princípio”, alertou.

A IA gera cada vez mais preocupação no mundo porque esta tecnologia pode ser mal utilizada, como nos vídeos “deepfake”, em que pessoas aparecem realizando afirmações que não fizeram.

Esta tecnologia, que promete revolucionar um vasto leque de profissões, também gera apreensão em muitos trabalhadores, que temem ver transformações em seus empregos ou mesmo o fim de seus cargos.

Apesar disso, um estudo publicado na segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que a IA tem mais probabilidade de criar empregos do que destruí-los.

A investigação também demonstra que esta tecnologia suscita “potenciais mudanças na qualidade dos cargos de trabalho, sobretudo na carga de trabalho e na autonomia”.

Os efeitos da inteligência artificial variam consideravelmente entre profissões e áreas, sendo as mulheres mais propensas a serem afetadas do que os homens, segundo o estudo.

De acordo com Smith, a sociedade quer garantir que “esta nova tecnologia continue sendo controlada pelos humanos”.

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