Os direitos humanos correm o risco de serem as primeiras vítimas do avanço da inteligência artificial generativa, alertou nesta segunda-feira (24) o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, que fez uma uma advertência sobre o potencial negativo desses sistemas.
“A IA generativa tem um enorme potencial, mas seu uso para fins puramente políticos ou econômicos pode manipular, distorcer e desviar a atenção”, declarou Volker Türk durante uma reunião em Genebra, apontando que, “sem garantias ou regulamentações adequadas, os sistemas de IA poderiam se transformar em um monstro de Frankenstein moderno”.
“Quando gigantes tecnológicos poderosos introduzem novas tecnologias, como a inteligência artificial generativa, os direitos humanos podem ser as primeiras vítimas”, afirmou.
“As ameaças a muitos direitos humanos, entre eles à privacidade, à participação política, à liberdade de expressão e ao direito ao trabalho, são claras e estão presentes”, acrescentou.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos advertiu que as ameaças atuais poderiam “se materializar em danos que minem a promessa das tecnologias emergentes e desencadeiem consequências imprevisíveis”.
“Os governos têm a responsabilidade de se unir para evitar tal resultado”, acrescentou.
Além da IA generativa, Türk destacou a ameaça representada pela crescente concentração de poder corporativo e pela enorme “acumulação de riqueza pessoal e corporativa por parte de poucos”.
“Em alguns casos, isso supera as economias de países inteiros”, indicou o funcionário da ONU, que insistiu que, quando “o poder não é limitado por lei, pode levar a abusos e submissão”.
nl/ag/phz/hgs/sag/dd/fp