Em depoimento, Hytalo Santos diz que vídeos de menores mostravam ‘arte’ e ‘cultura’

Ele o marido participaram de audiências do processo por divulgação de conteúdo de pornografia com menores

Reprodução/TV Globo
Hytalo Santos e Israel Vicente Foto: Reprodução/TV Globo

O programa Fantástico, da TV Globo, mostrou, neste domingo, dia 30, o depoimento do influenciador Hytalo Santos e do marido dele, Israel Vicente, em audiências do processo por divulgação de conteúdo de pornografia com menores de idade. “Eu me sinto até um pouco constrangido por ter feito tanto por essas crianças, tanto por esses adolescentes que estão colocados aqui nos autos e ter que responder, por mais que seja obrigatório estar respondendo aqui, mas me dói, me dói muito“, disse o em vídeo influenciador.

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De acordo com ele, os vídeos em que os menores apareciam mostravam apenas a rotina e coreografias de brega funk. “Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográficas nem com cunho sexual. E a gente só gravava a nossa rotina com a cultura de periferia, que é de onde eu venho. Entre Recife e João Pessoa, o ritmo mais escutado hoje, daqui, produzido e está no Brasil inteiro, do ritmo de brega funk. Que as coreografias e os passos usados, por alguns, é visto com esse olhar. Mas para a gente que é da periferia é arte”, afirmou.

O Ministério Publico investigou e denunciou o casal pelos crimes de tráfico humano, exploração sexual e por produção e divulgação de pornografia infantil. Em uma das perguntas, o promotor pergunta se, nesses vídeos, ele nunca tinha visto algum comentário sexualizando os menores. Em resposta, o influenciador disse: “Como nossos vídeos tinham muita repercussão, vossa excelência, os comentários chegavam a ter 20 mil comentários, 30 mil comentários. E a maioria dos comentários era baseado na força de cada personagem, como era visto por eles”.

Ele também negou que recebia dinheiro das redes sociais onde os vídeos eram exibidos e disse que seus rendimentos vinham de publicidade e rifas legalizadas. Quando questionado sobre se os adolescentes que trabalhavam com ele eram remunerados, Hytalo disse que os pais deles eram. Além de Hytalo e do marido dele, quatro ex-funcionários também prestaram depoimento, incluindo dois policiais que trabalhavam como seguranças do casal.

Os dois também são acusados pelo Ministério Público do Trabalho de comandar um lucrativo esquema de tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e de submeter crianças e adolescentes a condições análogas à escravidão. O processo ainda aguarda a defesa deles.