Os rebeldes huthis do Iêmen sequestraram e submeteram reféns a diferentes tipos de tortura – denunciou a ONG Human Rights Watch (HRW) nesta terça-feira (25).

Em um comunicado, esta organização de defesa dos direitos humanos diz ter provas de 16 casos, nos quais as autoridades huthis, apoiadas pelo Irã, prenderam pessoas ilegalmente, sobretudo, “para tirar dinheiro de seus familiares, ou trocá-las por outras” nas mãos de seus adversários.

“Responsáveis huthis trataram os detidos brutalmente”, agredindo-os com barras de ferro, pedaços de pau e fuzis de assalto, uma prática “com frequência equivalente à tortura”, afirma a HRW, citando ex-prisioneiros.

Também houve ameaças de estupro contra detidos, ou familiares, para obter informação, ou confissões, acrescenta a organização.

A ONG pede ao movimento rebelde que ponha fim aos sequestros, liberte pessoas detidas arbitrariamente, acabe com a tortura e com os desaparecimentos forçados e puna os responsáveis por essas práticas. A HRW lembra ainda que a tomada de reféns é “um crime de guerra”.

Procedentes do zaidismo (um braço do xiismo) muito presente no norte do Iêmen, os huthis entraram há quatro anos na capital do país, Sanaa, com a cumplicidade de unidades militares leais a um ex-presidente.

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Depois, esses combatentes conquistaram várias regiões do norte e do oeste do país. Em 2005, uma coalizão militar sob comando saudita intercedeu, com o objetivo de restabelecer o governo reconhecido pela comunidade internacional.

A guerra deixou 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos, além de provocar a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.


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