A Federação Húngara de Natação anunciou nesta quarta-feira que vai manter o técnico Laszlo Kiss no comando da seleção nacional mesmo após a notícia de seu envolvimento em um antigo crime ganhar as páginas dos jornais locais. O treinador se tornou protagonista de uma imensa polêmica no país depois que a imprensa descobriu e noticiou esta semana sua participação em um caso de estupro na década de 60.

Kiss foi um dos três homens condenados por estupro a uma jovem em 1961. O então atleta de 21 anos foi julgado, considerado culpado pelo crime e permaneceu três anos na prisão. O caso permaneceu em segredo, esquecido por mais de 50 anos, até vir à tona esta semana.

Apesar de ser desconhecido de boa parte da população, a federação húngara garantiu em comunicado nesta quarta-feira que o caso de Kiss é bastante conhecido no esporte desde que ele começou sua carreira e que suas conquistas e sua admissão da responsabilidade desde então permitem que seu crime seja esquecido.

Segundo a imprensa húngara noticiou esta semana, há 55 anos Laszlo Kiss e outros dois homens, identificados como Laszlo L. e Lajos V., atraíram uma jovem para um apartamento e a obrigaram a ter relações sexuais com um deles. Os três foram condenados e cumpriram tempo de prisão.

Questionado pela imprensa da Hungria sobre o escândalo, Kiss se defendeu: “Eu tenho um certificado de moralidade, vivi minha vida moralmente, sofri por causa do pecado”. O treinador também não soube explicar por que o caso veio à tona depois de tanto tempo.

Laszlo Kiss tem 75 anos e é técnico da seleção feminina da Hungria desde 1993. Em 1999, também assumiu a masculina. No início desse ano, chegou a renunciar ao cargo depois que a grande estrela da natação nacional, Katinka Hosszu, criticou a federação local publicamente, mas foi convencido a voltar após um pedido pessoal do primeiro-ministro do país, Viktor Orban.