Neste domingo (8), os húngaros vão às urnas e devem, de acordo com as sondagens, reeleger o atual primeiro-ministro, o nacionalista Viktor Orbán, para um terceiro mandato. Segundo o Instituto Republikon, um think tank húngaro, o Fidesz, partido de Orbán, tem cerca de 49% das intenções de voto; seguido do Jobbik (partido ultranacionalista) com 19%; e do MSZP (partido social-democrata) com 17%.

A notícia de uma reeleição não agrada os defensores da União Europeia, uma vez que o nacionalista Viktor Orbán se posiciona contrário às políticas de migração e contra uma integração mais profunda do bloco. A vitória de Orbán também poderia incentivar e dar força a outros líderes de extrema-direita em países como a Polônia e Áustria, por exemplo.

No entanto, as estatísticas mostram que o partido Fidesz não deve ter uma vitória folgada e pode perder a maioria no Parlamento húngaro. Nas últimas duas eleições (2010 e 2014), o Fidesz obteve vitória expressiva, conquistando mais de dois terços dos votos em 2010.

Caso não conquiste maioria no Parlamento, seu regime pode perder força e significar o desgaste do discurso xenófobo contra os refugiados.

A oposição no país, no entanto, é fragmentada e se divide basicamente em duas alas: os ultranacionalistas e os sociais-democratas. Especialistas acreditam que, mesmo que houvesse uma reviravolta e a oposição conquistasse maioria, dificilmente chegaria a um consenso para governar o país.

Em sua campanha, Orbán se posicionou como o salvador dos cristãos contra a imigração muçulmana, com um discurso de preservação da homogeneidade étnica dos húngaros. No entanto, o estilo autoritário do líder também gera grande rejeição entre os simpatizantes à causa dos refugiados.