Humberto Carrão sobre unir redes sociais com política: ‘A gente vive sob armadilhas’

Politizado, ator refletiu a respeito da importância de a novela 'Vale Tudo' voltar ao ar no momento político atual no Brasil

Humberto Carrão interpreta Afonso Roitman no remake da novela 'Vale Tudo'
Humberto Carrão interpreta Afonso Roitman no remake da novela 'Vale Tudo' Foto: Globo/Manoella Mello

Intérprete de Afonso Roitman no remake de “Vale Tudo”, que estreia dia 31 de março, Humberto Carrão, 33 anos, refletiu sobre o cenário político do Brasil no momento em que a novela voltará a ser exibida na faixa das 21h da TV Globo.

Conhecido por ter voz ativa em relação ao seu posicionamento político fora das câmeras, o ator acredita que a trama de Manoela Dias poderá trazer reflexões sobre como as redes sociais tiveram – e ainda tem – o poder de “destruir as democracias ou regimes que pareciam consolidados”.

Em entrevista à IstoÉ Gente, durante coletiva de imprensa virtual, o artista fez um paralelo do Brasil de 1988, quando a trama foi ao ar pela primeira vez, pouco tempo após o fim do regime da ditadura, com a atual situação do país.

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“O mundo está sempre em transformação, mas eu acho que a gente tem, assim como naquele momento [em 1988], muitos movimentos de transformação, um caldo com as redes sociais e como elas podem destruir as democracias ou regimes que pareciam consolidados”, iniciou.

“Acho que [‘Vale Tudo’] é uma obra, uma releitura que, a partir de algo poderoso, a gente pode criar algo atual e que trate desse caldo. A gente vive sob muitas armadilhas das redes sociais”, completou ele, frisando a importância de trazer temas sociais para a TV aberta.

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“É um risco constante as figuras de Odete e Marco Aurélio [vilões da ficção], que não se importam com a democracia, não se importam com a ordem das coisas. O que não falta é assunto [para a novela abordar]. ‘Vale Tudo’ é uma novela que talvez seja considerada a novela das novelas justamente porque deu conta de transformações sociais, políticas, de costumes do Brasil com muita força, talvez como novela nenhuma tenha feito”, enalteceu.

Esta será a segunda vez que Carrão fará um papel em remake que já foi de Cássio Gabus Mendes em uma primeira versão. Em 2010, o ator deu vida a Luti, filho de Suzana (Malu Mader) e Ariclenes (Murilo Benício) na versão mais recente de “Ti Ti Ti” (2010). Sobre as coincidências da vida, Humberto comemorou a “dobradinha” com Cássio.

“É a terceira vez que eu faço remake, e a primeira vez em que eu fiz era também um personagem do Cassinho. Então é o terceiro remake com o segundo personagem que já foi feito por um mesmo ator, que eu adoro”, elogiou o artista, que não coloca em cima do seu trabalho uma responsabilidade maior do que aquela que ele colocaria se fosse um personagem inédito.

“Eu encaro como uma reverência e homenagem a todos do nosso ofício, que fizeram antes, mas não encaro como um peso ou um fardo, como se a gente tivesse que chegar no mesmo lugar [do ator anterior]. São muitos anos depois, com uma nova equipe, com um novo Brasil, com novas pessoas fazendo, e o mais bonito é a gente criar a nossa, como uma homenagem, com respeito”, ressaltou.