A Venezuela segue um “padrão de porta giratória” com a libertação de presos políticos seguida de novas detenções, denunciou a Human Rights Watch (HRW) nesta segunda-feira (28), um ano depois das eleições presidenciais em que Nicolás Maduro foi declarado vencedor em meio a denúncias de fraude.
Em 18 de julho de 2025, a Venezuela anunciou a libertação de 80 pessoas e liberou 10 americanos ou moradores permanentes dos Estados Unidos em troca da soltura de 252 imigrantes venezuelanos expulsos pelo governo de Donald Trump para uma prisão de El Salvador.
Segundo o Vente Venezuela, partido político da líder opositora venezuelana María Corina Machado, desde as últimas libertações, cerca de 40 críticos foram detidos, dos quais alguns foram libertados, afirma a HRW em um comunicado.
“O governo de Maduro aplica há anos um padrão de ‘porta giratória'”, critica Juanita Goebertus, diretora da ONG, citada na nota.
Os Estados Unidos e os demais países “devem entender esta manipulação do governo venezuelano, que liberta alguns presos políticos enquanto prende outros e consolida seu regime autoritário”, acrescenta.
A HRW pede à comunidade internacional que “contrabalanceie o sistema de incentivos internos do regime de Maduro, que recompensa as autoridades e forças de segurança abusivas para garantir sua lealdade, enquanto pune, tortura e força os críticos ao exílio”.
“Um ano após as eleições de 2024, muitos venezuelanos continuam arriscando sua vida e sua liberdade para promover a democracia”, afirma Goebertus.
A ONG pede que “todas as oportunidades” sejam aproveitadas “para impulsionar avanços” e pedir a libertação de todos os presos políticos.
Um ano após as eleições, Maduro não só assume a presidência, como controla o Parlamento, 23 dos 24 governos e, desde domingo, a maioria das prefeituras.
O candidato que, segundo a oposição e parte da comunidade internacional, derrotou Maduro há um ano, Edmundo González, está no exílio. Machado, por sua vez, vive na clandestinidade.
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