A organização Human Rights Watch (HRW) acusou colaboradores de fornecerem às autoridades iraquianas listas de famílias suspeitas de estarem ligadas ao grupo Estado Islâmico (EI).

“Em meados de setembro, chefes dos serviços de segurança iraquianos pediram às organizações internacionais e locais encarregadas de gerenciar [campos de deslocados] a 60 km de Mosul para apresentassem listas de famílias di EI para monitorá-las”, assegurou em um comunicado Belkis Wille, pesquisadora da HRW para o Oriente Médio e África do Norte.

“Algumas equipes (humanitárias) me disseram que forneceram tais listas”, que dizem respeito a centenas de famílias deslocadas pelos recentes combates entre as forças de segurança e o EI, entre as 15 mil acolhidas nesses campos.

“Já é bastante perturbador ver como as forças de segurança punem as famílias pelas ações de seus parentes, mas é especialmente preocupante que trabalhadores humanitários ajudem a violar os direitos dessas famílias”, ressaltou.

“Devemos insistir firmemente no princípio da neutralidade e da independência (diante das autoridades) e evitar ser cúmplices nos esforços de infligir castigos coletivos a essas mulheres e crianças”, disse Wille.

As famílias consideradas pelas autoridades como ligadas ao EI estão presas em campos onde vivem em condições muito precárias.

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Em um recente relatório intitulado “Culpados por Associação”, a organização de defesa dos direitos humanos Refugees International declarou que “muitas mulheres e meninas suspeitas de terem laços com o EI estão detidas e são submetidas a exploração e abusos sexuais”.


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