06/09/2022 - 11:17
No último final de semana, o Discovery+ lançou um dos seus títulos mais bombásticos de 2022, um documentário sobre Armie Hammer. A série “House of Hammer: Segredos de Família”, explora a influente família do ator de Hollywood e todas as polêmicas envolvendo Armie e seus parentes.
Para os que não se recordam, Armie Hammer se viu envolvido em um escândalo gigantesco no começo de 2021, quando um perfil anônimo nas redes sociais começou a postar prints de conversas com o astro. De acordo com Effie, uma das supostas vítimas do astro de Hollywood e que comandava o perfil, ele a estuprou e a agrediu em diversas ocasiões. Entre as situações descritas por ela, está uma em que Hammer teria batido a cabeça dela na parede por quatro horas enquanto a estuprava.
Depois dessa denúncia, outras mulheres vieram a público mostrando supostas conversas com o astro. Nos diálogos, o ator de “Me Chame Pelo seu Nome” teria escrito mensagens de teor sexual e violento, fazendo referências ao desejo de beber sangue e praticar canibalismo.
As muitas acusações renderam a série documental chamada. Na produção, o lado “sombrio” de Armie Hammer ganha uma perspectiva maior ao ser contextualizada com seus familiares (pai, avô, bisavô, etc.). Casey Hammer, tia do ator, participa da série contando detalhes sobre sua família. Anteriormente, ela já havia escrito um livro sobre tudo o que viveu.
“Não fiquei chocada quando comecei a vê-lo na mídia por mau comportamento”, explicou Casey. “Não me choco muito pelas minhas experiências, e como cresci em minha família. Foram gerações de homens abusivos.”
Conforme a tia do astro, seu avô, pai e irmão (pai dele) também teriam se envolvido em episódios parecidos com os de Hammer. Desse modo, o ator seria somente um exemplo mais recente de toda uma linhagem “abusiva”.
“Você não acorda e simplesmente se transforma nesse ser sombrio, abusivo. Precisa haver uma história por trás disso”, diz a tia no início da obra. “Esse comportamento [de Armie Hammer] está enraizado.”
Os Hammer
O tataravô do ator, Julius Hammer, era um russo que se mudou para os Estados Unidos supostamente como informante da KGB, o serviço de inteligência soviético. O Hammer do nome foi pensado para simbolizar o martelo da bandeira da União Soviética.
O filho de Julius, Armand Hammer, construiu uma fortuna em solo americano e se firmou como um dos homens mais ricos do mundo até sua morte, em 1990. Controlador, ele treinou o neto, Michael Armand Hammer, para assumir sua empresa, enquanto dizia à neta, Casey, que seu trabalho era ser bonita e sorrir. Quando morreu, deixou quase a totalidade de sua fortuna para o primeiro.
É com o pai de Michael, Julian Armand Hammer, que as histórias de abuso e violência começam a aparecer de forma mais pronunciada na família. Casey narra que, ainda criança, presenciou festas em casa regadas a cocaína e cheias de mulheres com cerca de 16, 17 anos, às quais Julian e Michael se referiam como empregadas. Fotografias que ela encontrou na infância registravam as noites de sexo da dupla.
Tal comportamento teria sido herdado por Michael, que é o pai de Armie Hammer. E, também, pelo próprio ator. “House of Hammer” recupera vídeos de um Instagram falso do ator, em que ele registrava suas aventuras sexuais e o uso de drogas. Numa das gravações, ele lambe uma substância esbranquiçada da palma da mão de um amigo. Em outra, não apenas usa o celular para se filmar enquanto dirige, como ainda bebe uma lata de cerveja.
Denúncias de ex-namoradas
A série começa contando a história de Courtney Vucekovich, uma das ex-namoradas de Armie. Em seu relato, ela diz que o ator a instigou, contra sua vontade, a praticar shibari –técnica japonesa em que se amarra o parceiro por prazer– e que a rastreava por meio de seu telefone celular.
A produção mostra também o depoimento de outra ex-namorada, a artista Julia Morrison. A primeira abordagem aconteceu pelo Instagram. Hammer enviou uma mensagem elogiando um ensaio fotográfico feito pela jovem — e não demorou muito para que as correspondências se tornassem bizarras.
A série recupera mensagens de texto em que ele disse a outras mulheres que gostaria de cortar um dedo delas fora, ser alimentado com o sangue delas e quebrar ossos enquanto as estupra. Segundo as mulheres com quem se relacionou, elas não compartilhavam de seus fetiches e as mensagens não eram bem-vindas.
O caso do astro cancelado de Hollywood ainda corre na Justiça de Los Angeles, e ele alega inocência.