“Adeus, Pátria e Família!”. Com tiradas como essa, que faz confusão com o lema do Movimento Integralista Brasileiro, “Deus, Pátria e Família!”, Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, conseguia tirar os políticos e entidades de extrema direita do sério e causar-lhes cólera. Desde sempre, a maioria dos chefes de Estado sentem ódio de jornalistas e da imprensa de forma geral. Dos tempos do Barão de Itararé para cá, nada mudou. Em diversos países, há líderes políticos como Donald Trump, Rodrigo Duterte, Victor Orban, Recep Tayyip Erdogan, Iván Duque, e, claro, Jair Bolsonaro, que proferem agressões de todo tipo a jornalistas e contra os direitos humanos mais básicos.

No período em que ocupou a Casa Branca, Trump disseminou ódio e mentiras em redes sociais por diversas vezes e muitas vezes com ataques à imprensa. Duterte e Erdoğan são notórios perseguidores de repórteres. Tanto na Hungria de Orban, como na Turquia de Erdogan, esses profissionais são ameaçados e muitos simplesmente “desaparecem”, são exterminados. No caso do chefe turco, há ainda a intolerância e opressão aos refugiados e a povos de outras nacionalidades e etnias, como os armênios e curdos. Na Hungria só há criticas severas ao governo na imprensa independente e, na Colômbia, em meio a protestos populares, vários ficaram cegos por levar tiro de borracha nos olhos, disparados pela polícia. No Brasil não é diferente. Bolsonaro já proferiu ataques dos mais sórdidos à imprensa, preferencialmente contra as jornalistas. Quem não se lembra da ofensa atroz que o presidente proferiu a Patrícia Campos Mello, da “Folha”?

Tudo indica que essa situação não vai mudar porque políticos desse tipo utilizam a máquina do Estado para hostilizar os profissionais da mídia e ainda contam com o apoio de tresloucados apoiadores. Como por exemplo, se registrou nas agressões contra a ISTOÉ esta semana, quando cartazes com ataques a jornalistas da empresa foram afixados nas paredes da Editora Três, que edita a revista. O sinistro jogo político desenvolvido por esses e outros dirigentes com viés totalitários minam as bases democráticas e os valores estabelecidos na Constituição. Mesmo com inúmeras perseguições, provocações e ofensas de governantes tiranos, os jornalistas dos veículos independentes, como os da ISTOÉ, não vão sucumbir. Pelo contrário, ficam ainda mais corajosos. Ditadura contra a mídia nunca mais.