O ano de 2022 trará mais movimento! Será a hora de reforçar a comunicação e de retomar, gradualmente, as atividades comerciais, as viagens e os eventos sociais. Mas é preciso ter calma e levar em conta as transformações coletivas dos últimos anos. Isso porque o regente de 2022, de acordo com a astrologia caldaica, será o planeta Mercúrio, ainda sob a influência do grande ciclo de 36 anos de Saturno que teve início em 2017. Essa tradição astrológica remete à magia dos antigos sacerdotes caldeus.

A influência do regente do ano é sentida coletivamente, de maneira simbólica, não afetando signos zodiacais ou mapas astrais individuais, já que ela não reflete os movimentos dos planetas na esfera celeste. É importante entender que a determinação do planeta regente do ano não tem a mesma matriz cultural da astrologia ocidental e que utiliza os movimentos dos astros para fazer previsões.

Portanto, a regência caldaica anual é um elemento a mais a ser analisado em conjunto com os movimentos dos astros no céu, denominados trânsitos astrológicos. Em 2022, teremos, por exemplo, uma tensão entre os planetas Saturno e Urano – chamada de quadratura – que será sentida de maneira mais clara e que, portanto, demanda também a análise astrológica das posições desses planetas pelos signos do zodíaco.

Com essa abordagem mais mágica e ligada às práticas ocultistas, o ano de Mercúrio homenageia o planeta que está mais próximo do Sol, nosso astro-rei. Por isso, Mercúrio é conhecido como “mensageiro dos deuses”, sendo patrono das pequenas viagens, da comunicação e do cotidiano.

Vale lembrar que a influência simbólica anual de Mercúrio se dá sob um grande ciclo de Saturno, considerado o grande transformador, que abala estruturas e pede revisões. Ela se dá pelo fato de 2022 ser o sexto ano de um ciclo de 36 anos regidos por Saturno, que teve início em 2017.

Assim, pode-se dizer que saímos de um período marcado por uma grande revisão de valores, já que 2021 foi regido por Vênus, para um ano no qual as trocas entre pessoas estarão em destaque, dada a regência por Mercúrio.

Esse cronograma cíclico tem raízes na Mesopotâmia, terra dos antigos caldeus. Povo semita de grande influência na formação cultural da humanidade, os caldeus também influenciaram inúmeros sistemas mágicos ao longo da história.

Há até astrólogos que não adotam essa sequencia caldaica em complemento à análise dos trânsitos astrológicos. Porém negar sua importância histórica é um erro de natureza metodológica que reflete, do ponto de vista antropológico, profundo etnocentrismo.

A sequência dos planetas regentes dos anos é estabelecida com base na Estrela dos Magos. Também conhecida como Estrela Setenária, ela tem em cada uma de suas sete pontas os planetas que podem ser vistos a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – além dos luminares: Sol e Lua.

Um dos astrólogos mais influentes no estudo da astrologia caldaica foi sem dúvida Walter Gorn Old, mais conhecido por Sepharial, nome que escolheu como pseudônimo com base na linguagem angelical e nos seus estudos do alfabeto enoquiano.

Sepharial publicou diversos livros sobre astrologia e ocultismo, nos quais registrou as técnicas utilizadas pelos antigos caldeus para determinar regências planetárias para os ciclos de tempo. Influente autor do século XIX, ele tem um papel fundamental para que pudéssemos ter acesso a esses estudos na atualidade.

O sistema que utiliza a sequência de planetas dispostos na Estrela Setenária é especialmente importante para a determinação, para além dos anos, dos dias e dos horários planetários, sendo largamente utilizada em sistemas mágicos de escolas famosas na formação do pensamento ocultista no Ocidente, como a Sociedade Teosófica e a Ordem Hermética da Aurora Dourada.