O Brasil vive a crise institucional mais grave da história. Os últimos ataques entre os membros dos três Poderes chegou ao limite do tolerável – mesmo para uma República imperfeita como a brasileira. Não há na história nacional nenhum momento em que as instituições foram tão desmoralizadas como agora. A elite dirigente está na ofensiva E contra os interesses nacionais.

Os alvos são a Polícia Federal, o Ministério Público e a Operação Lava Jato. Isso porque os privilégios de décadas incrustados no aparelho de Estado estão sendo prejudicados. Para mantê-los querem a todo custo interromper as ações saneadoras. Contam com amplo apoio na praça dos Três Poderes, com o grande capital espoliador e com porta-vozes informais na imprensa, que servem como obedientes lacaios.

É uma disputa de vida ou morte. Está em jogo o futuro do Brasil. Ministros da Suprema Corte participam descaradamente das negociatas que visam a destruir o que resta do Estado Democrático de Direito. Com a maior desfaçatez, organizam encontros na calada da noite reunindo os chefes dos outros dois Poderes. Perderam completamente a vergonha. Não temem a desmoralização pública. Contam com a impunidade. Consideram a participação popular na política – como nunca vimos na história do Brasil – um despropósito. Para eles, o povo só pode se manifestar nas eleições, no momento do voto. Depois deve assistir passivamente aos seus representantes se locupletarem.

E na próxima eleição, bovinamente, escolher seus novos amos.Contudo, para desespero dos traidores da República, o cidadão brasileiro mudou. Hoje ele deseja ser participante ativo da política, da construção da nossa história. A passividade está indo para o museu. E isso deixa a elite dirigente – corrupta e antinacional – em um beco sem saída. Sabe que tem de agir rápido antes que a cidadania, finalmente, proclame a República, aquela que só foi anunciada por Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889.

2017 vai completar o processo iniciado em 2015 com as grandes manifestações pelo impeachment do PT e de seu projeto criminoso de poder. As ruas querem mais. Não estão satisfeitas com uma mera troca de guarda. Se perdermos esse momento, dificilmente, nos próximos anos, teremos condições tão favoráveis para transformar o Brasil. A hora é agora. O grande embate chegou.