PEQUIM, 17 JUN (ANSA) – O Departamento da Segurança da polícia de Hong Kong prendeu cinco diretores do site jornalístico pró-democracia “Apple Daily” em uma ação de busca e apreensão nos escritórios do tabloide nesta quinta-feira (17).
A justificativa para a prisão teve como base a polêmica Lei de Segurança Nacional, aprovada em 2020, e, segundo os agentes, os acusados foram detidos “por colusão com um país estrangeiro ou com elementos externos para colocar em risco a segurança nacional”.
Entre os detidos, está o principal responsável pelo portal, Ryan Law, que se une na prisão ao fundador do “Apple Daily”, o magnata Jimmy Lai, que responde a diversos processos pelo mesmo “crime”. Também foi presa a CEO da holding Next Digital, Cheung Kim-hung.
Além das detenções e da apreensão de documentos, as autoridades judiciais anunciaram o congelamento de 18 milhões de dólares locais de ativos do “Apple Daily” – o que equivale a cerca de R$ 11,3 milhões. Ao todo, 500 agentes foram mobilizados para entrar nos escritórios do site.
O chefe do Departamento de Segurança, John Lee, acusou o tabloide de “usar o trabalho jornalístico como instrumento para colocar em risco a segurança nacional” e que os repórteres do site “não são normais”. “Mantenham distância”, disse aos cidadãos, referindo-se para não ajudar nas matérias da publicação.
Em nota oficial, o “Apple Daily” informou que a ação mostra que a “liberdade de imprensa está por um fio” no território autônomo chinês e que os sites pró-democracia “estão sofrendo uma ação direcionada por parte do regime”.
“Todos os membros do ‘Apple Daily’ permanecerão firmes e fortes” em suas funções, acrescenta a nota.
A China vem aumentando sua ação em Hong Kong desde os protestos pró-democracia de 2019 e, no ano passado, aprovou uma nova legislação mais dura contra aqueles que criticam o sistema.
As ações não atingem apenas os jornalistas e os sites, mas também os civis – que tiveram suas liberdades de protestos reduzidas – e os políticos, que precisarão prestar juramento de fidelidade à China. (ANSA).