PEQUIM, 2 DEZ (ANSA) – Hong Kong dará início a uma investigação independente sobre o incêndio ocorrido em um condomínio residencial na semana passada que deixou mais de 150 mortos, após as autoridades constatarem que materiais de construção de baixa qualidade aceleraram a propagação das chamas.
Segundo o chefe do Executivo, John Lee, que anunciou a medida nesta terça-feira (2), o caso será conduzido por um juiz, de modo a “descobrir a verdade e possibilitar mudanças”.
“Enquanto a investigação criminal estiver em andamento, estabelecerei uma comissão independente, presidida por um juiz, para examinar as causas do incêndio e sua rápida propagação” , afirmou Lee, pressionado pela crescente indignação local em relação à tragédia no distrito de Tai Po em 26 de novembro.
O incêndio, que matou ao menos 156 pessoas, feriu 79 e deixou mais de 30 desaparecidos, é considerado o pior de Hong Kong em quase 80 anos.
“Devemos revelar a verdade, fazer justiça a todos e garantir que os falecidos possam descansar em paz”, frisou o chefe do Executivo, usando uma gravata preta em sinal de luto, em uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo.
De acordo com informações atualizadas pela polícia, ao menos 15 suspeitos foram detidos sob acusação de homicídio culposo.
Lee disse que “os responsáveis tentaram misturar redes de proteção inadequadas com redes adequadas para enganar os órgãos de fiscalização”, chamando os culpados de “malvados”.
Citado pela AFP, o mandatário de Hong Kong declarou ainda que as autoridades já haviam identificado diversas falhas no setor de obras, e prometeu reformas em “todo o sistema de renovação de edificações para garantir que tais coisas não voltem a acontecer”. (ANSA).