Um tribunal militar de Honduras ordenou a prisão de dois generais do Exército que testemunharam a favor do ex-presidente Juan Orlando Hernández, recentemente condenado por tráfico de drogas em um julgamento nos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (13) um militar de alto escalão.

“Ordens de prisão foram emitidas” contra os generais Willy Joel Oseguera e Tulio Armando Romero por “cometerem um crime”, declarou a jornalistas o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o general Roosevelt Hernández.

No dia 4 de março, as Forças Armadas haviam alertado que ambos generais da ativa “não realizaram o procedimento para sair do país estabelecido pelas Leis e Regulamentos Militares e sua atuação […] é ilegal”.

Hernández indicou que os dois generais enfrentam penas por “abandono de destino” ao viajarem para os Estados Unidos e “podem apresentar-se pessoalmente ou através de um representante legal” perante o tribunal militar que ordenou sua prisão.

Ambos compareceram este mês ao Tribunal do Distrito Sul de Nova York, onde testemunharam a favor de Hernández, que governou Honduras entre 2014-2022 e na sexta-feira foi declarado culpado de três crimes ligados ao tráfico de drogas.

O ex-presidente foi extraditado aos Estados Unidos em 21 de abril de 2022, três meses após deixar o cargo.

A Suprema Corte de Nova York deverá proferir a sentença, que pode ser de prisão perpétua, em 26 de junho.

O Ministério Público americano conseguiu que o júri declarasse o ex-presidente culpado após apresentar testemunhas, a maioria traficantes de drogas que cumprem ou cumpriram pena e que receberam em troca uma redução de suas penas.

Por sua vez, a defesa apresentou Oseguera, Romero e outro general da reserva, René Barrientos, como testemunhas.

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