As montadoras japonesas Honda e Nissan confirmaram, nesta quinta-feira (13), que abandonaram o projeto para uma fusão, um plano anunciado em dezembro que pretendia criar a terceira maior fabricante de veículos do mundo.
As empresas afirmaram em um comunicado conjunto que concordaram em encerrar o memorando de entendimento para uma integração, assinado no final de 2024.
O projeto de fusão pretendia criar sinergias para competir com os principais nomes do setor de automóveis elétricos, como a americana Tesla e as empresas chinesas.
“É lamentável que as empresas não tenham conseguido chegar a um acordo”, declarou o CEO Honda, Toshihiro Mibe.
O executivo insistiu em dezembro que o plano não se tratava de um resgate financeiro para a Nissan, que no ano passado anunciou o corte de milhares de postos de trabalho após uma queda de 93% em seu lucro no primeiro semestre.
A imprensa japonesa informou que as discussões foram interrompidas depois que a Honda propôs transformar a Nissan em uma filial, e não integrá-la sob uma nova holding, como estava previsto no plano de dezembro.
No comunicado conjunto, as empresas confirmaram que a Honda “propôs mudar a estrutura, passando de estabelecer uma sociedade conjunta de holding (…) para uma estrutura em que a Honda seria a empresa-matriz e a Nissan a filial por meio de uma troca de ações”.
“Como resultado das discussões, as duas empresas concluíram que, para priorizar a rapidez na tomada e execução de decisões em um mercado cada vez mais volátil ao entrar na era dos veículos elétricos, seria mais apropriado cessar as discussões”, acrescenta a nota.
As empresas, no entanto, afirmaram que continuarão “colaborando no âmbito de uma aliança estratégica direcionada para a nova era dos veículos inteligentes e elétricos, buscando criar novo valor e maximizar o valor corporativo de ambas”.
O cancelamento das negociações de fusão não terá impacto nas receitas das duas empresas, afirmaram as montadoras.
A Nissan anunciou nesta quinta-feira que espera prejuízo líquido de 80 bilhões de ienes (518 milhões de dólares, 2,98 bilhões de reais) no ano fiscal que termina em março, um cenário muito diferente dos 426,6 bilhões de ienes de lucro registrado no exercício anterior.
A Honda registrou lucro líquido de 805,3 bilhões de ienes (5,2 bilhões de dólares, 29,95 bilhões de reais) no período de nove meses encerrado em dezembro.
O resultado representa uma queda em ritmo anual de 7,4%, atribuída à redução das vendas na China.
A Honda revisou suas projeções para as vendas no ano fiscal que termina em março, a 21,6 trilhões de ienes, contra uma estimativa anterior de 21 trilhões de ienes.
A empresa mantém as previsões de lucro operacional e lucro líquido, que deve alcançar 1,42 trilhão de ienes e 950 bilhões de ienes, respectivamente.
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