Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha neste sábado (4/6) trouxe uma grata surpresa para os homossexuais e para todos que, como eu, não apenas não têm absolutamente nada contra tal gênero, como desprezam a horda selvagem que ainda, em pleno século XXI, insiste em atacar e até mesmo agredir seres humanos comuns por causa de sua orientação sexual.

A aceitação aos homossexuais cresceu, em nove anos, 12 pontos percentuais, e hoje, a cada dez brasileiros, oito afirmam aceitar casais do mesmo gênero. Não sei se é correto eu dizer ‘apenas’, pois o número, a meu ver, ainda é absurdo e inaceitável, mas ‘apenas’ 16% dos selvagens, digo brasileiros, acreditam que a homossexualidade deve ser desencorajada por toda a sociedade.

Os trogloditas se concentram nos homens acima de 45 anos, menos escolarizados e evangélicos. Mulheres, jovens, espíritas e quem possui curso superior formam a parcela que mais aceita os homossexuais – lembrando que exatamente, entre os jovens e as mulheres, Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, encontra suas maiores taxas de rejeição e menor intenção de voto.

O maníaco do tratamento precoce é um notório e assumido homofóbico, e já disse que prefere ver um filho seu morto em um acidente de carro, a vê-lo ‘beijar um bigodudo’. Sem contar as inúmeras e quase diárias piadas infantis e palavras grosseiras dirigidas sobretudo aos gays. Aliás, o amigão do Queiroz é réu por declarações homofóbicas e vive sendo denunciado por isso, também.

Se há um traço positivo no brasileiro é sua inclinação à aceitação do próximo e suas diferenças. Infelizmente, nos últimos anos, após a massificação da internet e a cultura do ódio nas redes sociais, extremistas intolerantes passaram a ter cada vez mais voz. O resultado da pesquisa é uma ducha de água fria nesses crápulas e uma lufada de esperança numa sociedade melhor e mais plural. Parabéns aos 80% do bem.