Familiares e ativistas dos direitos das mulheres homenagearam nesta sexta-feira a atleta olímpica ugandesa Rebecca Cheptegei, no Quênia, onde vivia e foi assassinada. A cerimônia foi realizada na cidade de Eldoret (Vale do Rift), perto do local onde morava.

A maratonista de 33 anos morreu após ferimentos graves sofridos em um ataque do namorado, que a encharcou com gasolina e ateou fogo.

O funeral está marcado para sábado em Bukwo, no Uganda, onde vive sua família.

Ela é a terceira atleta a morrer no Quênia devido à violência de gênero desde 2021. O anúncio da sua morte gerou grande choque e indignação.

Tonny Sabila, tio de Rebecca Cheptegei, a descreveu como “base da família” e expressou sua grande tristeza pela perda.

Quando o caixão atravessou Eldoret, ponto de partida para Uganda, dezenas de ativistas se alinharam nas laterais da estrada, enquanto outros caminhavam ao lado dele.

Muitas pessoas usavam camisetas brancas com o rosto da atleta carregavam rosas brancas ou vermelhas.

Outros levavam cartazes com a frase: “ser mulher não deveria ser uma sentença de morte”.

Rebecca Cheptegei foi atacada em frente a sua casa em Endebass e, segundo a imprensa local, suas filhas e sua irmã adolescente testemunharam o ataque brutal.

O autor do ataque mortal, Dickson Ndiema Maraganch (32 anos), também ficou gravemente ferido e morreu na segunda-feira(9) no hospital.

Segundo familiares da atleta, o ataque foi motivado por uma disputa sobre um terreno que Cheptegei comprou para construir uma casa.

Um relatório publicado em 2023 pela autoridade nacional de estatísticas revelou que 34% das mulheres a partir de 15 anos já haviam sofrido violência física no Quênia.

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