Diego Bastos Scott, de 39 anos, está desaparecido desde o dia 15 de janeiro, quando entrou em uma viatura conduzida por dois policiais militares. O caso aconteceu em Laguna, em Santa Catarina.

Segundo a Polícia Civil (PC), Diego teria sido denunciado por parentes após uma agressão leve contra o pai. Durante o atendimento da ocorrência, os militares levaram o homem para um lugar incerto dentro da viatura, o que foi registrado por uma câmera de segurança.

As imagens revelaram que os policiais caíram em contradição. O UOL teve acesso ao boletim de ocorrências registrado pela dupla. Nele, é informado que “Diego não estava presente no momento” que a denúncia era atendida.

Após a PC ter acesso aos registros, os militares mudaram o depoimento, relatando que deixaram Scott em uma região de mata de Laguna. Eles não teriam citado agressões, mas a investigação já trabalha com a hipótese de homicídio.

As autoridades realizaram buscas no lugar informados pelos agentes, mas não encontraram nenhuma pista do paradeiro de Diego.

De acordo com os parentes, os oficiais agrediram a vítima, o deixaram em uma região de mata já sem vida e retornaram dias depois para se livrarem do corpo.

“Todo mundo viu que os policiais foram os últimos que o custodiaram, sem tê-lo levado para delegacia, então eles deveriam ter a resposta de onde o Diego se encontra. Eles faltaram com a verdade dizendo que não o abordaram e depois voltaram atrás”, contou o delegado regional de Laguna Raphael Giordani.

O caso também é investigado pela Corregedoria da PM de Santa Catarina. Em nota, a corporação afirma que “busca a verdade e preza pela correção das atitudes”. “Em conjunto com as demais forças de Segurança do Estado, a PMSC está apurando o fato com base na legislação vigente, fazendo buscas para tentar encontrar o homem desaparecido e mantendo contato com a família”, completou.

Segundo Breno Bento, advogado da família de Diego, os parentes do desaparecido não têm mais esperança de achá-lo com vida. “A família tem feito as buscas para encontrar o Diego já sem vida por causa do tempo que se passou desde o desaparecimento e indícios levantados pela investigação até agora. Eles vão todos os dias para essa região de mato para tentar achá-lo, mas sem vida”, afirmou.