Um homem que ficou mais de 16 anos preso e posteriormente liberado por ser inocente foi morto durante uma abordagem policial de trânsito enquanto ele dirigia em uma rodovia, indo da Geórgia para a Flórida, nos EUA. Leonard Allan Cure, de 53 anos, faleceu na manhã da segunda-feira, 16, depois de ser baleado por um agente de segurança do Condado de Camden. As informações são da Fox News.
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Resumo:
- Leonard Allan Cure tinha sido preso erroneamente por um assalto à mão armada contra uma drogaria na Flórida, em 2003;
- O homem teria sido abordado por um policial por estar acima do limite de velocidade permitido na rodovia;
- Durante a ação do agente, Cure reagiu após saber que seria detido e, por isso, foi agredido e baleado pelo membro das forças de segurança;
- Uma investigação foi aberta pelo Bureau de Investigação da Geórgia para apurar o caso e determinar o que de fato aconteceu.
Em vídeo que foi divulgado pelas autoridades, é possível ver o momento em que o policial para o carro de Cure e pede para o motorista descer. O agente passa a dar ordens ao homem que, em primeiro momento, colabora.
Quando informado que seria detido por estar a uma velocidade de 160 km/h, Cure reagiu e passou a lutar com o membro das forças de segurança, que tentou dar choques com taser e agredi-lo com um tipo de cassetete antes de sacar sua arma e atirar no homem. O Bureau de Investigação da Geórgia ainda apura o ocorrido.
Seth Miller, diretor da ONG Innocence Project of Florida, que busca liberar pessoas condenadas erroneamente e que ajudou Leonard Allan Cure a sair da prisão, não falou especificamente do homem, mas fez o seguinte comentário. “Mesmo quando eles estão livres, estão sempre preocupados com o medo de serem encarcerados novamente por algo que não fizeram”, se referindo a detidos inocentados.
Passado de Cure
Leonard Allan Cure foi preso em 2003 por assalto à mão armada de uma drogaria em Dania Beach, na Flórida. Na época, a Justiça americana determinou a sentença de prisão perpétua ao homem, devido ao fato de que ele já possuía passagens pela polícia por roubo e outros crimes.
Foi após uma revisão conduzida por advogados locais que houve o entendimento de que Cure possuía um álibi forte, que o colocava a cinco quilômetros da cena do crime, e não existiam evidências e testemunhas fortes que justificassem a sua condenação. Assim sendo, em abril de 2020, o homem foi liberado da cadeia onde passou mais de 16 anos.
À época, Cure declarou ao South Florida Sun Sentinel, um jornal da região, que pretendia deixar toda essa situação para trás e continuar com a vida dele. Em junho de 2022, o governador do estado da Flórida garantiu 817 mil dólares ao homem inocentado (cerca de R$4,1 milhões) somados a benefícios educacionais. Um procurador declarou que o sujeito pretendia ir para a faculdade e trabalhar na produção de rádio.
Repercussão do caso
Durante uma coletiva de imprensa, Michael Cure, o irmão do inocentado, declarou que o seu parente não merecia morrer. “É realmente um infortúnio que eu e a minha família tenhamos que estar aqui nesse infeliz clube que esses oficiais criaram para a gente.”
Seth Miller, da ONG Innocence Project of Florida, disse que ele estava devastado pela notícia que recebeu dos familiares de Cure. “Só posso imaginar como deve ser saber que seu filho é inocente e vê-lo condenado à prisão perpétua, ser liberado e saber que depois disso, ele foi morto a tiros.”