Um homem de 71 anos foi declarado inocente no estado de Oklahoma, na região central dos Estados Unidos, após passar quase 50 anos na prisão por um assassinato que não cometeu.

Glynn Simmons, que é negro, passou mais tempo atrás das grades antes de ser inocentado do que qualquer outro preso na história dos Estados Unidos, segundo o Cadastro Nacional de Inocentados.

Simmons foi libertado em julho após permanecer 48 anos, um mês e 18 dias no total na prisão.

Ele e outro homem, Don Roberts, foram condenados à morte em 1975 pelo assassinato, um ano antes, de um atendente de uma loja de bebidas de 30 anos, durante um assalto em Edmond, Oklahoma. Suas sentenças foram depois comutadas para prisão perpétua.

Os dois foram condenados apenas com base no testemunho de uma cliente adolescente que foi alvejada na cabeça durante o assalto, mas que sobreviveu.

Ela os identificou em uma fila de suspeitos formada pela polícia, mas uma investigação subsequente colocou muitas dúvidas sobre a confiabilidade dessas identificações. Os dois homens também alegaram durante o julgamento que sequer estavam em Oklahoma no momento do crime.

A juíza Amy Palumbo rejeitou a condenação de Simmons em julho e declarou-o inocente em uma audiência no Tribunal Distrital do Condado de Oklahoma nesta terça-feira (19).

“Este é o dia que estávamos esperando há muito, muito tempo”, disse Simmons aos jornalistas. “Podemos dizer que a justiça foi feita hoje, finalmente”, acrescentou.

Roberts, por sua vez, já tinha sido libertado da prisão em 2008, segundo o Cadastro Nacional de Inocentados.

Simmons agora pode ser elegível para uma indenização. “O que foi feito não pode ser desfeito, mas pode haver responsabilização”, disse. “É disso que estou falando agora. De responsabilidade”, frisou.

 

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