Homem morre por falta de oxigênio e família aponta negligência por parte de hospital

Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Clodoaldo Santos Fonseca, de 41 anos, foi uma das três pessoas que morreram na última segunda-feira (02), após uma falha técnica na rede de oxigênio no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em Santo André, no ABC Paulista. A família da vítima, que só soube da morte do paciente pela imprensa, afirmou que o homem morreu por falta de oxigênio e que o hospital omitiu a causa do óbito.

Segundo o UOL, a vítima estava internada no AME desde o dia 25 de maio. De acordo com o advogado Cláudio José Cirilo, os parentes de Clodoaldo só foram avisados sobre a morte do paciente depois de seis horas e a unidade de saúde não mencionou a falta de oxigênio. “O comunicado do hospital foi o padrão de sempre, que houve parada respiratória, que tentaram realizar o possível, mas infelizmente ele evoluiu para óbito. A falha técnica ela [esposa] só soube por terceiros”, disse.

Cláudio ainda confirmou que a família deve entrar com um processo contra o hospital, caso não haja nenhum amparo do estado ou do município. “Sabemos que nenhuma vida tem um valor definido, mas ela não pode ser tirada desta forma e deixar a família desamparada. Ele tinha a oportunidade de ver o filho crescer e por um erro lamentável isso não vai poder acontecer”, acrescentou.

Em comunicado direcionado ao UOL, a Fundação ABC, organização gestora da unidade de saúde, afirmou que lamenta o ocorrido na AME e que está “prestando total apoio e solidariedade às famílias, com suporte das áreas de Psicologia e Assistência Social”.

“A FUABC informa que instaurou sindicância para apurar responsabilidades, verificar o que de fato ocasionou a pane na usina e, principalmente, as razões pelas quais o sistema de backup, que deveria suportar a rede de oxigênio, não funcionou corretamente”, dizia a nota.

A Fundação revelou que a usina de oxigênio da AME está em funcionamento há cerca de 10 dias e conta com dois sistemas de backup em caso de eventual pane. O primeiro é uma bateria de cilindros de oxigênio, que é acionada para suprir imediatamente a rede de oxigênio, o segundo backup é o próprio tanque de oxigênio da unidade.

A organização suspeita que o segundo backup não funcionou adequadamente. “O SAMU foi acionado, porém, infelizmente não houve tempo hábil para o atendimento e três pacientes graves vieram a óbito”, acrescentou no comunicado.