Cinco pessoas morreram e ao menos oito ficaram feridas quando um homem abriu fogo em uma agência bancária de Louisville, Estados Unidos, nesta segunda-feira, e transmitiu imagens do ataque ao vivo pela internet, antes de ser morto.

Trata-se do bancário Connor Sturgeon, 25, segundo a polícia. Ele transmitiu ao vivo o ataque, disse a comandante da polícia de Louisville, Jacquelyn Gwinn-Villaroel, em entrevista coletiva.

Em comunicado à AFP, uma porta-voz da Meta (empresa controladora do Facebook e Instagram) declarou que a empresa “está em contato com as forças de ordem” e afirmou ter “derrubado rapidamente a transmissão ao vivo desse evento trágico nesta manhã”.

As autoridades não informaram a motivação do agressor, mas, segundo a rede de TV CNN, ele havia sido notificado de que seria demitido e deixou uma carta para familiares em que anunciava que abriria fogo nas instalações do banco.

A polícia chegou ao local em poucos minutos, depois de receber diversas chamadas por volta das 8h30, após disparos nas instalações do Old National Bank, no centro da cidade, onde o suspeito “ainda atirava”, mesmo após a chegada das forças de segurança, disse em coletiva de imprensa Paul Humphrey, agente da polícia local.

Alguns sobreviventes se refugiaram no cofre, segundo a CNN. “O suspeito atirou contra a polícia, abrimos fogo em resposta e neutralizamos esse perigo”, acrescentou Jacquelyn Gwinn-Villaroel.

‘Ato diabólico’

Os oficiais “entraram no prédio sabendo que estavam arriscando suas vidas para salvar outras”, declarou o prefeito de Louisville, Craig Greenberg, em entrevista coletiva. Dois agentes ficaram feridos no tiroteio.

Nove pessoas foram internadas, três delas em estado crítico, informou Gwinn-Villaroel.

Um desses feridos morreu nesta segunda-feira à noite, aumentando o número de vítimas fatais para cinco, três homens e duas mulheres com idades entre 40 e 64 anos.

“Foi um ato diabólico”, declarou o prefeito Greenberg, que disse ter perdido “um grande amigo” no massacre. A vítima, Tommy Elliott, também era um dos “amigos mais próximos” do governador de Kentucky, Andy Beshear, que o homenageou e denunciou a violência com armas de fogo.

O presidente Joe Biden, que pressiona os congressistas em Washington a tomarem medidas contra a violência armada, expressou frustração com as mortes, que chamou de “sem sentido”. “Muitos americanos estão pagando com suas vidas o preço da falta de ação”, tuitou, acrescentando: “Quando os republicanos no Congresso irão agir para proteger nossas comunidades?”

O atirador portava um fuzil AR-15, segundo a CNN, que citou uma fonte da polícia federal.

Proliferação

Os Estados Unidos pagam um preço alto pela disseminação de armas de fogo em seu território e pela facilidade com que os americanos têm acesso a elas.

Em 27 de março, uma pessoa abriu fogo em uma escola particular de ensino fundamental em Nashville, no estado do Tennessee. Matou três meninos de 9 anos e três funcionários antes de ser morto a tiros pela polícia.

O país tem mais armas individuais do que habitantes: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma nos Estados Unidos, e quase um em cada dois vive em uma casa onde tem uma arma.

Como consequência dessa proliferação, registra-se um índice altíssimo de mortes por armas de fogo no país, incomparável com o de outras nações desenvolvidas.

Um total de 49.000 pessoas morreram por ferimentos a bala em 2021, contra 45.000 em 2020, que já havia sido um ano recorde, segundo a base de dados Gun Violence Archive. Isto representa mais de 130 mortes por dia, mais da metade delas, suicídios.