Agentes do Departamento de Polícia de Waterbury, em Connecticut (EUA), prenderam Kimberly Sullivan, de 56 anos, nesta quarta-feira, 12. A mulher é acusada de manter seu enteado em cárcere privado por mais de 20 anos. A suspeita conseguiu o direito de responder em liberdade após comparecer ao Tribunal Superior da cidade e pagar uma fiança de 300 mil dólares (equivalente a R$ 1,7 milhão).
De acordo com as autoridades, a vítima, um homem de 32 anos que não teve a identidade divulgada e pesava 31 quilos, foi resgatada em fevereiro após os bombeiros serem chamados para controlar um incêndio em uma residência. O sujeito ateou fogo no quarto onde estava em cativeiro e disse aos socorristas que fez isso para conseguir se libertar. As informações são da “Associated Press”.
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Segundo o Departamento de Polícia, o indivíduo relatou estar encarcerado desde os 11 anos de idade. O homem disse às autoridades que ficou trancado em um quarto sem aquecedor ou ar condicionado e recebia uma quantidade limitada de comida e água. Ainda, a vítima contou que não tinha acesso a um banheiro.
O homem não tinha cuidados médicos e alguns de seus dentes quebravam quando comia por falta de atendimento odontológico. Conforme a polícia, o sujeito “economizava” parte das duas pequenas garrafas de água que recebia diariamente para tomar banho sem sabonete e cortar o cabelo.
De acordo com as autoridades, o pai da vítima morreu em 2024 e a mãe biológica não fez parte de sua vida. O homem foi encontrado pelos bombeiros debilitado e com sinais de maus-tratos em um quarto do segundo andar da residência e posteriormente admitiu que provocou o incêndio intencionalmente.
A polícia declarou que o indivíduo “foi mantido em cativeiro por 20 anos, sofrendo abusos prolongados, fome, negligência severa e tratamento desumano“. Após ser levado a uma unidade de saúde, a equipe médica constatou que o homem sofre com transtorno do estresse pós-traumático e depressão, além de emaciação, condição de perda de peso e deterioração dos músculos.
Ainda, a vítima relatou que quando frequentava a escola pedia comida aos colegas, roubava alimentos e comia restos jogados no lixo.
O advogado de Kimberly, Ioannis Kaloidis, disse que sua cliente ficou “chocada ao ouvir as acusações”. “Ela me indicou que [as alegações] não são verdadeiras”, comentou.