PARIS, 6 AGO (ANSA) – Um homem foi detido na última terça-feira (5) e terá sua autorização de residência revogada após acender um cigarro na chama do Túmulo do Soldado Desconhecido, em Paris, na capital da França.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o cidadão, cuja identidade não foi revelada, inclinando-se para acender seu cigarro no famoso monumento de guerra, antes de se afastar calmamente.
O caso ocorreu na última segunda-feira (4) no túmulo, localizado sob o Arco do Triunfo, que contém os restos mortais de um soldado cuja morte aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial, e é considerado uma violação ou profanação de memoriais de guerra.
O gesto é punível pelo Artigo 225-17 do Código Penal e pode acarretar até um ano de prisão e uma multa de 15 mil euros para o indivíduo.
Citada pelo jornal “Le Figaro”, a mulher que filmou a cena afirmou que o homem não parecia estar bêbado ou sob efeito de drogas. “Pelo contrário, ele parecia perfeitamente consciente do que estava fazendo, orgulhoso de tê-lo feito”, assegurou a turista que passava férias às margens do Sena.
Para o ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, o ato “indecente e patético mina a memória daqueles que morreram pela França”.
“O homem que profanou o Túmulo do Soldado Desconhecido ao acender um cigarro com a chama memorial foi detido em Paris por violar um local de sepultamento, túmulo, urna ou monumento erguido em memória dos mortos. Foi detido e confessou os fatos”, escreveu o político no X.
Em nota, a Place Beauvau, residência oficial do chefe da pasta, afirmou que a autorização de residência do homem na França será revogada. Acredita-se que ele seja um marroquino de 47 anos já conhecido pela polícia.
Por sua vez, a ministra francesa para a Memória e os Veteranos, Patricia Miralles, expressou sua satisfação pela rápida prisão e garantiu que apresentará uma queixa ao Ministério Público de Paris sobre o incidente.
“Isto não é uma mera brincadeira: é uma profanação. A França jamais tolerará que a memória daqueles que morreram por ela seja manchada. Nunca”, enfatizou.
Segundo Miralles, “esta chama não é para acender um cigarro; ela queima em memória do sacrifício de milhões de nossos soldados” e “isso é um insulto aos nossos mortos, à nossa história e à nossa nação”.
Já o prefeito de Paris, Laurent Nunez, classificou o gesto como “inaceitável” e agradeceu a todos que se mobilizaram para identificar e prender o autor do crime. (ANSA).