Daniel Bishopp, de 24 anos, morador do Reino Unido, foi condenado após obrigar a namorada a usar roupas masculinas e proibi-la de passar maquiagem durante os dez anos de relacionamento do casal porque ele não queria que a mãe dos seus filhos se separasse dele.

De acordo com o site MetroUK, Bishopp conheceu a namorada ainda na adolescência e tornou-se violento com seis meses de namoro.

Em outubro de 2020, Daniel chegou a estrangular a vítima quando estava com raiva. Na ocasião, ele jogou a jovem contra a parede, erguendo o corpo dela, fazendo-a ficar com os pés distantes do chão. A vítima acredita que a situação aconteceu após o agressor aceitar que ela conseguisse um emprego dois dias antes.

Além de opinar nas roupas da mulher, Bishopp também escolhia com quem a namorada poderia falar e não permitia que a companheira tivesse um telefone celular durante boa parte do relacionamento.

Segundo o site Hull Daily Mail, a promotora Katy Rafter afirmou durante o julgamento na Corte de Hull que a vítima perdeu peso e viveu situações dolorosas ao lado do acusado. A autoridade ainda destacou que o homem “só ficou mais paranoico” depois que a mulher conseguiu o emprego e, um mês depois de estrangulá-la, em novembro, a vítima decidiu terminar o relacionamento após receber ameaças quando estava junto com sua irmã.

“Ela [a vítima] questionou se tinha feito a coisa certa em ir à polícia, mas diz que com o passar dos dias as coisas ficaram mais fáceis, sua saúde melhorou, ela engordou, está mais feliz, menos estressada e se sente capaz de fazer coisas como usar as redes sociais e maquiagem. Agora as crianças estão bem e também parecem mais felizes”, disse Rafter.

Rachel Scott, advogada de defesa de Bishopp, afirmou que Daniel pediu desculpas e sofre de ansiedade e depressão. Ela também destacou que o agressor trabalhava na construção civil antes de perder o emprego na pandemia. Rachel ainda ressaltou que o cliente ama os filhos e disse que a vítima desejava que o acusado recebesse ajuda em vez de ser punido.

De acordo com o UOL, o registrador Ian Mullarkey discorreu sobre o caso afirmando que as violências aplicadas por Daniel contra a vítima ocorriam por uma “distorção de seu próprio senso de insegurança e paranoia”.

“Você a controlou proibindo-a de usar maquiagem, escolhendo suas roupas, dissuadindo-a de ver os amigos, que ela saísse sozinha e até impedindo que ela tivesse um telefone celular. Por causa de sua conduta violenta para com ela, ela ficou com medo do que poderia acontecer se ela não cumprisse suas instruções. Você usou as crianças como arma contra ela. Seus problemas de saúde mental não justificam seu comportamento em relação [à vítima]”, proferiu Ian.

Daniel, que tem três filhos com a vítima, foi condenado a 16 meses de prisão e proibido de entrar em contato com a ex-companheira pelo período de cinco anos.