Um homem do Ceará reencontrou a família após 27 anos de separação depois que decidiu distribuir panfletos à procura da mãe. Antônio Carlos da Silva, de 32 anos, fugiu de casa aos cinco após presenciar uma agressão do padrasto à mãe, em Juazeiro do Norte, em 1993. As informações são do G1.

Antônio Carlos se escondeu em um ônibus no terminal rodoviário da cidade e acabou dormindo no veículo. Quando acordou, estava em Fortaleza, perdido da família.

Incentivado por um amigo, 27 anos depois, decidiu distribuir panfletos em busca dos parentes com as poucas informações de que se lembrava, além de uma foto atual e outra de quando era criança. Na última terça-feira (24), Antônio Carlos recebeu uma ligação de um irmão biológico mais novo, que não chegou a conhecer.

“Eu fui entregando panfletos nas cidades. Posto de gasolina, recepção de hotel, churrascaria, e também coloquei nas redes sociais”. Um desses panfletos foi pego por um enfermeiro chamado Clécio, irmão de Carlos, que reconheceu semelhanças entre as lembranças de Antônio Carlos descritas no papel com as que sua mãe lhe contava quando era criança.

“Você vá, mas volte. Perdi um filho, não aguento perder outro não”, dizia a Clécio sua mãe, Geane da Silva, morta em 2017, vítima de um câncer de mama.

O enfermeiro decidiu ligar para o número de contato escrito no bilhete e descobriu que falava com o irmão desaparecido, que não chegou a conhecer por ter nascido após o desaparecimento de Antônio Carlos.

Os dois irmãos mantêm contato desde terça e já planejam se conhecer pessoalmente no próximo fim de semana, junto com a avó dois dois, Francisca da Silva. “Vai ser muita emoção pra ela”, diz Cléciio.

Quando chegou à Fortaleza em 1993, Antônio Carlos foi levado pelo motorista do ônibus até uma casa de acolhimento de crianças órfãs. Depois, ele passou por diversos abrigos e chegou a morar nas ruas da capital cearense, até que foi adotado.

Hoje, Antônio Carlos é motorista, é casado e tem uma filha. Da infância, ele lembrava do nome de sua mãe, que tinha três irmãos, sabia seu próprio nome completo e que tinha um tio artesão, chamado Nino, que lhe presentava com carrinhos feitos de barro. Essas são as informações que ele escreveu no bilhete encontrado pelo seu irmão biológico.

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