Um homem de 62 anos foi encontrado pela família após ter ficado três meses sem dar notícias. O contato foi possível graças a publicação de Mariana Lopes, de 23 anos, que conversou rapidamente com o idoso Emir na comemoração do aniversário de 464 de São Paulo, comemorado no Vale do Anhangabaú na noite do dia 25 de janeiro.

Uma semana depois, no dia 31, Mariana usou o Facebook para compartilhar a foto e a história do encontro com o idoso. O conteúdo teve grande repercussão, inclusive em Joinville (SC), de onde Emir saiu em novembro de 2017 e nunca mais voltou.

“Tudo aconteceu muito rápido”, contou Mariana. Ela se referia ao movimento das pessoas do município catarinense. “Muita gente da própria cidade fez contato comigo, afirmando que se lembravam de ver o Emir nas ruas de Joinville. Alguns até disseram ter contato com a filha dele, a Elizabeth, que deve ter 40 anos”.

A estudante do curso de Lazer e Turismo na Universidade de São Paulo (USP) decidiu então passar seu contato para as pessoas de Joinville, e acabou conversando com a própria Elizabeth ainda na sexta-feira, 2.

Foi então que a história da vida de Emir ficou mais clara: o idoso tem um histórico de consumo de bebida alcoólica, e é comum que ele saia andando por aí. “Mas ele sempre informava sobre o paradeiro, e dessa vez não o fazia desde novembro de 2017”, teria explicado Elizabeth a Mariana. “A gente não sabia se ele estava vivo, e eu acordava sem saber se veria meu pai pelo menos mais um dia na vida”, afirmou.

Em meio à repercussão do caso e após conversar com Elizabeth, Mariana decidiu voltar à região do Anhangabaú e da Sé para encontrar Emir, mas isso não aconteceu. A área é cheia de albergues usados por moradores de rua. A universitária então conversou com assistentes sociais na região, que disseram já ter conhecimento da publicação e que estavam atentos caso vissem o Emir. Mas ele não tinha sido mais visto desde o aniversário de São Paulo.

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Até que no sábado, 3, Mariana recebeu a notícia de que o próprio Emir havia ligado para Elizabeth. O contato da filha fora deixado com os assistentes sociais, que propiciaram ao idoso fazer o contato. Elizabeth ligou de volta para Mariana, aos prantos e agradecendo. “Ele disse que está com saudade e estamos combinando de nos ver”, contou a filha.

A família ainda não sabe se o reencontro será em São Paulo ou em Joinville. Emir tem mais filhos e uma esposa que está com a saúde bastante debilitada.

Empatia

A universitária está acostumada a fazer trabalho social e agir com empatia, embora essa tenha sido a primeira vez que lida com moradores de rua. Mariana dá aula de física no Cursinho Popular da EACH, Escola de Arte e Ciências Humanas da USP. “Eu tenho consciência que ajudar o próximo é o mínimo que eu posso fazer para retribuir o que a sociedade faz por mim. Muita gente paga pelo meu estudo”, disse.


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