Por James Pomfret e Sara Cheng

HONG KONG (Reuters) – A primeira pessoa condenada pela lei de segurança nacional de Hong Kong foi sentenciada nesta sexta-feira a 9 anos de prisão por atividades terroristas e incitação à secessão, uma decisão com implicações de longo prazo para o cenário jurídico da cidade.

O ex-garçom Tong Ying-kit, 24, foi acusado de avançar a sua moto contra três policiais ano passado enquanto carregava uma bandeira com o slogan “Liberte Hong Kong. Revolução dos nossos tempos”.

O advogado de Tong, Clive Grossman, disse a repórteres no lado de fora do tribunal que a defesa apelaria tanto do veredito quanto da sentença. Ele não fez mais comentários.

Tong não depôs durante o julgamento.

Após a sentença, no entanto, ele pediu aos habitantes de Hong Kong que continuem perseverando, como os pioneiros medalhistas de ouro e prata dos Jogos Olímpicos, Cheung Ka-long e Siobhan Haughey.

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“Aguentem firme, assim como os atletas de Hong Kong”, disse Tong, segundo outro advogado de defesa, Lawrence Lau.

Os juízes Esther Toh, Anthea Pang e Wilson Chan –escolhidos pela líder da cidade Carrie Lam para tratarem de casos de segurança nacional– decidiram na terça-feira que o slogan era “capaz de incitar outras pessoas a cometerem secessão”.

Na sexta-feira, os juízes sentenciaram Tong a 6,5 anos de prisão por incitar secessão e 8 anos por atividades terroristas. Desses, 2,5 anos serão computados consecutivamente, resultando em uma sentença total de 9 anos.

Grupos de direitos humanos criticaram a condenação de Tong, dizendo que ela impõe novos limites à liberdade de expressão, assim como precedentes estabelecidos pelo julgamento que, segundo eles, contrastam com as tradições do sistema jurídico de Hong Kong.

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