Sem conseguir sair de sua casa em Perpignan, no sudoeste da França, há anos, um homem pesando cerca de 300 quilos foi evacuado nesta terça-feira por um guindaste, após horas de preparação e intervenção de quase 50 pessoas. A delicada intervenção, potencialmente perigosa para o homem, Alain Panabière, exigiu a consolidação da casa de dois andares situada num bairro com ruas estreitas e a destruição de parte da fachada.

O homem de 53 anos foi transportado horizontalmente em um grande contêiner branco, suspenso por um guindaste, e depois colocado em uma ambulância especializada, informou a prefeitura do departamento dos Pirineus Orientais. Mais de 50 pessoas foram mobilizadas desde a manhã, entre policiais, bombeiros e equipes médicas, mas também funcionários da prefeitura e do departamento.

Alain Panabière em sua casa em 27 de outubro de 2020 – AFP/Arquivos

“Para não correr riscos, os vizinhos foram convidados a deixar temporariamente suas residências durante a operação”, disse a prefeitura. Panabière será levado a um hospital em Montpellier para uma “avaliação global” de seu estado de saúde, antes de ser transferido algumas semanas depois para um centro de reabilitação, de acordo com o chefe do departamento de endocrinologia-diabetes-nutrição, Antoine Avignon.

“Quando remobilizamos uma pessoa imobilizada por dois a cinco anos, existe o risco de descompensação circulatória, de trombose. É um sistema cardiovascular que fica em repouso por muito tempo que é reativado”, disse o médico.

Recluso em casa há anos e imobilizado no chão por mais de um ano “depois de provavelmente ter quebrado uma perna”, segundo seu advogado Jean Codognès, Panabière era alimentado por seu irmão, mas seu estado de saúde estava piorando rapidamente.

Após meses de negociações entre sua família, seu advogado e as autoridades, foi encontrada uma solução e a operação foi preparada e coordenada pelos serviços do Estado, do departamento e da prefeitura.

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Codognès enviou uma carta ao ministro do Interior, Gérald Darmanin, no final de outubro, para pedir uma intervenção urgente. Poucos dias depois, seu cliente e a Liga Nacional contra a Obesidade entraram com uma queixa por “não assistência a uma pessoa em perigo”.


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