Um homem carregando explosivos morreu nesta quarta-feira (13) após tentar, sem sucesso, entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília.

“Logo após a explosão [de um veículo], o cidadão se aproximou do Supremo, aonde ele tentou entrar dentro do prédio e não conseguiu. E realmente teve a explosão ali na porta”, disse em coletiva de imprensa a a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP).

As informações preliminares indicam que foi um “suicídio”, acrescentou Celina, afirmando que, por ora, não é possível determinar a identidade da pessoa, pois o corpo ainda está com “artefatos”.

A governadora em exercício também cogitou a possibilidade de tratar-se de “um lobo solitário”.

As explosões, que ocorreram em um intervalo curto por volta das 19h30, não deixaram nenhum ferido.

A sede do STF fica na Praça dos Três Poderes, onde também estão situados o Palácio de Planalto e o Congresso Nacional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia deixado o Palácio do Planalto no momento das explosões, disse à AFP um porta-voz da Presidência.

– “Saiu fogo, aquela fumaça” –

“Eu estava na parada e aí o cara simplesmente passou (…) Do nada, a gente ouviu simplesmente um barulho, eu olhei para atrás, na hora do barulho, e saiu fogo, aquela fumaça. Os seguranças do STF vieram”, relatou à imprensa Laiana Costa, funcionária administrativa do Tribunal de Contas da União (TCU).

O sargento da PF do Distrito Federal Rodrigo Santos explicou que vários agentes estavam fazendo uma ronda quando viram um carro pegando fogo.

“O indivíduo saiu correndo do interior do veículo”, disse Santos à imprensa, acrescentando que tratava-se da mesma pessoa que depois morreu.

O carro tinha “uma espécie de bomba, vários explosivos fraccionados, amarrados com tijolos em voltas, só que não teve a ignição total, não houve a explosão”, detalhou o sargento, que contou que funcionários do Congresso ajudaram a apagar o fogo com extintores.

O Supremo disse em comunicado que “ao final da sessão […] dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”.

O Palácio do Planalto foi fechado e toda a área foi isolada, enquanto uma grande operação de segurança se desenvolveu na região, constatou um fotógrafo da AFP.

A PF informou que abriu uma investigação para esclarecer a origem dos “ataques”, que ocorreram no fim da tarde.

– G20 e cúpula com a China –

A Praça dos Três Poderes foi palco de um ato sem precedentes em 8 de janeiro de 2023, uma semana depois da volta de Lula ao poder.

À época, milhares de bolsonaristas, inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro, invadiram os edifícios e provocaram enorme destruição.

O acontecimento de 8 de janeiro foi “muito relevante, muito significativo, triste também e obviamente mudou todos os padrões de segurança de todos os poderes, de todos os prédios dos Três Poderes”, declarou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O ministro do STF Alexandre de Moraes lidera as investigações sensíveis sobre a suposta tentativa de golpe.

As explosões desta quarta acontecem às vésperas da cúpula de líderes do G20 no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.

No dia 20, Lula tem uma reunião marcada em Brasília com seu par chinês, Xi Jinping.

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