O ministro holandês das Finanças, Wopke Hoekstra, considerou nesta quarta-feira (8) que os “coronabônus”, um instrumento de dívida coletiva, provocariam mais problemas do que soluções para alavancar a economia no longo prazo, depois que a crise do coronavírus passar.

“A Holanda era e é contra a ideia dos eurobônus [ou coronabônus]. Achamos que criará mais problemas do que soluções para a União Europeia”, tuitou Hoekstra.

Sua mensagem foi publicada depois do fracasso dos ministros europeus das Finanças de conseguirem chegar a um acordo e dar uma resposta econômica comum para a crise atual, após uma noite de negociações.

O ministro holandês reiterou a posição de seu país sobre o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE).

“O MEDE é o credor, ao qual se deve recorrer em último lugar, quando os países estão em grandes dificuldades financeiras. Na nossa opinião, seu uso deve estar associado a certas condições”, acrescentou.

Os países mais afetados pelo coronavírus – principalmente Itália e Espanha – continuam pedindo a criação de um instrumento de dívida compartilhada (os “coronabônus”, ou “eurobônus”) e apostam em recorrer ao MEDE sem condições.

Nessa mesma linha, a Alemanha reforçou hoje sua recusa à mutualização das dívidas na Europa.

A reativação da economia europeia é possível “com ferramentas muito clássicas” e já existentes como, “por exemplo, o orçamento da União Europeia”, afirmou o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz.

“Basta se concentrar nestas ferramentas”, disse Scholz à imprensa, em resposta ao pedido dos países do sul para que se use os “coronabônus”.

A mutualização da dívida é um limite que países como Alemanha e Holanda não desejam cruzar. Não querem se comprometer com um empréstimo comum aos países muito endividados do sul, os quais acusam de certa leniência em sua gestão da crise.