Em uma semifinal emocionante, histórica e de ótimo nível, Lucas Rabelo e Kelvin Hoefler conseguiram se classificar para a final da Super Crown, a última etapa do Campeonato Mundial de Skate Street, disputado em Jacksonville, na Flórida. Além de Rabelo e Hoefler, que chegam à decisão com as duas melhores notas nas classificatórias (26,7 e 26,5, respectivamente), disputam o título também o australiano Shane O’Neill (26,3) e o americano Jagger Eaton (26,2).

ctv-aij-kelvin-hoefler-afp-martin-bernetti-afp

Kelvin Hoefler conquistou a primeira medalha brasileira em Tóquio Foto: Martin Bennett/AFP

LEIA TAMBÉM

Pâmela Rosa se junta a Rayssa na final da última etapa do Mundial de skate street

Pâmela Rosa se junta a Rayssa na final da última etapa do Mundial de skate street

Assim como na disputa feminina, que teve Pâmela Rosa como classificada para a decisão com a melhor nota entre todas as skatistas na semifinal, apenas quatro skatistas avançaram à final e se juntaram aos outros quatro melhores da modalidade, ranquedos pela Street League Skateboarding (SLS): Alex Midler, Nyjah Huston, Gustavo Ribeiro e o brasileiro Gustavo Ribeiro (campeão da etapa de Salt Lake City).

No entanto, dada a competitividade, altas notas e repertório de manobras apresentadas pelos skatistas na tarde deste sábado, os que estão no topo do ranking e conseguiram a classificação direta não devem esperar vida fácil na final deste domingo.

Decidida nas últimas manobras

A primeira bateria foi dominada por Aurelian Giraud. O skatista francês foi soberano e se isolou no topo da classificação depois de conseguir uma somatória de 25,5 pontos, atingidos em três notas acima de 8 (8; 8 e 9,5 – a maior do dia).

O francês, contudo, foi superado por Carlos Ribeiro, que dominou a segunda bateria e assumiu a liderança da tarde provisoriamente. O brasileiro começou inspirado, conquistando 9,0 na primeira volta, que se somou ao 8,5 e 8,3 que conseguiu com duas manobras. A segunda bateria se mostrou mais competitiva e colocou três dos cinco skatistas nas quatro primeiras colocações. Além de Ribeiro, o francês Vicent Milou (25,1) e o experiente Paul Rodriguez (21,8), se juntaram a Giraud no topo da classificatória.

No entanto, a terceira bateria começou mostrando que ninguém teria o direito de se sentir na final ainda. Quatro dos cinco skatistas conseguiram uma nota superior à 8 na primeira volta, com destaque para o australiano Shane O’Neill que levou a maior nota da temporada na prova: 9,4 — o único a não ultrapassar a linha da nota 8 foi o brasileiro Luan Oliveira, que teve um 5,4.

Shane O’Neill manteve o alto nível e, com duas manobras pontuadas com 8,8 e 8,1, conseguiu o primeiro lugar geral da classificatória, ostentando a nota de 26,3, e jogando o então líder da tarde, Carlos Ribeiro, para a 3ª colocação. Porque quem ficou em 2º depois da terceira bateria foi Jagger Eaton, que chegou ao 26,2 com as notas de 8,6, 9 e 8,6 conquistadas na volta e nas manobras.

As notas da terceira bateria jogaram pressão para os cinco skatistas do quarto e último grupo da classificatória, e as quatro vagas foram definidas, literalmente, nas últimas manobras. Kelvin Hoefler começou bem, fazendo uma volta de nota 9,1. Chegou a subir para o grupo dos classificados quando fez 7,9 na terceira manobra, mas viu o conterrâneo Lucas Rabelo superá-lo logo em seguida e empurrá-lo para fora dos quatro melhores depois de um 8,7.

Na última tentativa, porém, Hoefler também tirou 8,7 e voltou para os quatro primeiros como líder da tarde. Mas não durou muito. Inspirado, Lucas Rabelo conseguiu uma nota 9,3 na última manobra e assumiu a ponta, garantindo um lugar na final da Super Crown, marcada para este domingo, 14 de novembro, às 16h30 (de Brasília).

Brasileiros na semifinal

Além de Rabelo e Hoefler, outros três brasileiros também disputaram uma vaga para a final. Carlos Ribeiro conseguiu ótimas notas (9; 8,5 e 8,3), chegou a liderar a classificatória, mas foi superado nas últimas séries de manobras. Luan Oliveira, que disputou a terceira bateria, errou três das quatro manobras que tentou e só conseguiu obter 11,7 na somatória final.

O jovem Filipe Mota, promessa brasileira na modalidade, arriscou movimentos difíceis e até conseguiu uma nota 8 em uma das manobras. Porém, alguns erros durante a etapa da volta e quedas na fase seguinte impediram o jovem skatista de ficar próximo de uma vaga na final.