O historiador russo Yuri Dmitriev, conhecido por suas pesquisas sobre a repressão sob o regime de Stalin, foi condenado nesta quarta-feira (22) a três anos e meio de prisão após um julgamento polêmico no qual foi acusado de agressões sexuais, informou seu advogado, Viktor Anufriev.

Segundo Anufriev, o tribunal de Petrozavodsk (noroeste) declarou seu cliente culpado por “violência com caráter sexual” contra sua filha adotiva e o condenou a “três anos e meio de prisão”.

Depois de passar vários anos em prisão preventiva, “lhe restam 3,5 meses de prisão” para cumprir, disse seu advogado, e mencionou a possibilidade de sua libertação em novembro.

A decisão foi recebida com aplausos dos apoiadores de Dmitriev, de 64 anos, que compareceram ao tribunal de Petrozavodsk, observou um jornalista da AFP no local.

O historiador, membro da ONG Memorial, especializada em documentar os crimes soviéticos, nega as acusações.

Segundo seus defensores, o historiador na verdade está sendo perseguido por seu trabalho sobre questões sensíveis, contrário ao discurso oficial de reabilitação do período soviético.

Entre outros trabalhos, Dmitriev passou 30 anos estabelecendo uma lista de 40.000 nomes de pessoas deportadas ou executadas sob o regime de Stalin em Carelia, região de fronteira com a Finlândia.