O historiador Gilberto Pereira Schneiker, de 31 anos, foi encontrado morto com marcas de violência, no domingo, 10, em Campinas, interior de São Paulo. O corpo estava em uma mata, na Vila Mingone, com ferimentos na cabeça. Schneiker foi aluno da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e realizou recentemente projetos de iniciação científica. O caso foi registrado como homicídio. Família suspeita de crime por homofobia.

Conforme o registro policial, o corpo foi encontrado de manhã, por um morador que caminhava pela Marginal Capivari, próximo à Lagoa do Mingone. Ele chamou a Guarda Municipal que preservou o local até a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil.

Nas imediações foram encontradas duas pedras com marcas de sangue, possivelmente usadas na agressão ao historiador. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Aos policiais, a mãe da vítima contou que Gilberto trabalhou até a meia-noite de sábado, 9, e foi se encontrar com ela em um bar da região. A mulher, o namorado dela e o rapaz ficaram no local até por volta de 1h30.

Como trabalharia cedo no dia seguinte, ela e o namorado foram embora. Gilberto disse que iria em seguida, mas não apareceu em casa. De manhã, quando a mãe entrou em contato com a polícia para informar o desaparecimento, ela soube do assassinato. “O corpo está dilacerado, mas sua memória nunca será apagada”, escreveu em redes sociais.

O caso foi registrado como homicídio de autoria desconhecida. A polícia começou a ouvir possíveis testemunhas e aguarda o laudo do exame necroscópico do Instituto Médico Legal (IML). Imagens de câmeras da região serão analisadas. Sobre um possível crime homofóbico, a polícia informou que a investigação está sendo direcionada conforme as informações dos familiares da vítima.

Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, Gilberto se graduou em História no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp em 2014. Conforme a universidade, ele realizou dois projetos de iniciação científica: “As representações da família no cinema hollywoodiano: as décadas de 1940 e 1950”, em 2012, e “As representações e os costumes da mulher jovem no Brasil nas décadas de 1950 e 1960” no ano seguinte, com orientação da historiadora Cristina Meneguello.