Hillary Rodham nunca queimou sutiã em praça pública mas sempre defendeu uma maior participação feminina na política. Hillary Clinton, esposa do ex-presidente Bill Clinton, tornou-se na semana passada a primeira mulher com chances concretas de ocupar o gabinete presidencial da Casa Branca. A Hillary Rodham no final da década de 1960 denunciava, na Yale University, o que chamava de “machismo”. A Hillary Clinton de agora, aos 68 anos, sabe que perderá votos se der gás aos movimentos que já associam a sua indicação pelo Partido Democrata ao “avanço das feministas”. O eleitor americano não gosta disso: Barack Obama, por exemplo, foi eleito não porque se queria colocar um negro na presidência mas, sim, pela confiabilidade que transmitia. Esse é o problema de Hillary, e, na convenção da Filadélfia, a construção da imagem de candidata confiável deve-se às participações carismáticas e eletrizantes de Michelle Obama e do próprio rival de partido, Bernie Sanders. A chave foi desmontar o discurso sombrio do republicano Donald Trump de que “o país está na ruína e é preciso devolvê-lo aos americanos”. Michelle brilhou: “Os EUA já são uma grande nação, minhas filhas passeiam na Casa Branca erguida por negros escravos (…). Hillary tem qualidade para moldar nossas crianças pelos próximos quatro ou oito anos”. Há, no entanto, muito chão pela frente até a eleição em novembro. Contra Hillary existem 20 mil emails que o FBI investiga — indicariam que cardeais democratas boicotaram Sanders. E há 30 mil mensagens nas quais ela tratou de assuntos de governo mas utilizando o seu email particular. “Todos em Washington fazem coisa errada, mas Hillary não pode errar”, diz Kelly Jacobs, delegada do Mississipi. Ou seja: Hillary Rodham Clinton precisa ser honesta – e parecer honesta.

144.088.912 É o número de eleitores que votarão, em todo o Brasil, nas eleições municipais – é 4% superior em relação a 2012 e 1,1% maior se comparado a quantos brasileiros votaram para presidente em 2014. Os dados são do TSE.


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