ROMA, 20 JUL (ANSA) – A hidroxicloroquina não foi eficaz de curar ou acelerar a resposta imunológica do corpo contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), mostrou um novo estudo divulgado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

Publicada na revista científica “Annals of Internal Medicine”, a pesquisa fez um estudo randomizado com 491 pacientes que testaram positivo para a Covid-19 e não foram internados. Após cinco dias de sintomas, metade deles recebeu doses da droga e a outra metade tomou pílulas de placebo, e ambos os grupos foram observados por duas semanas.

O resultado mostrou que 24% dos pacientes tratados com a hidroxicloroquina tinham sintomas persistentes durante os 14 dias, enquanto no grupo do placebo 30% tinham sintomas persistentes. Uma diferença considerada estatisticamente não relevante.

As internações foram quase as mesmas, com 2% no primeiro grupo e 3% no segundo. A taxa de mortalidade foi de 0,4% nas duas situações. A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, é usada nos casos de malária, artrite reumatoide e lúpus. Por conta de sucesso no combate a essas doenças, assim que a pandemia começou, a medicação começou a ser testada na China, na Europa e em outros países.

Esse procedimento é considerado comum contra novas doenças, já que criar um medicamento do zero leva bastante tempo, então diversos remédios que passaram por todas as etapas de aprovação são testados. No caso do coronavírus, por exemplo, além da cloroquina/hidroxicloroquina, foram testados antirretrovirais, como o remdesivir, e a heparina, além de vários outros.

No entanto, a atenção que a hidroxicloroquina ganhou no mundo foi por conta da politização da droga, inicialmente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e depois no Brasil, com Jair Bolsonaro.

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Mesmo que cada vez mais estudos mostrem que o remédio não ajuda no combate à Covid-19, seja para pacientes leves ou graves, ela continua a ser usada como propaganda pelo Bolsonaro.

Estados Unidos, Itália e França já emitiram comunicados vetando o uso da cloroquina em pacientes com Covid-19, mesmo em testes clínicos.


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