Hezbollah enterra seu chefe militar, morto em bombardeio israelense ao sul de Beirute

O movimento libanês Hezbollah despediu-se nesta segunda-feira (24) de seu chefe militar, Haitham Ali Tabatabai, morto no domingo em um bombardeio israelense em um subúrbio ao sul de Beirute.

Tabatabai é o comandante do Hezbollah de maior hierarquia assassinado por Israel desde o cessar-fogo acordado em novembro de 2024 para acabar com mais de um ano de hostilidades.

O assassinato de Tabatabai ocorre em meio à intensificação dos ataques de Israel contra o Líbano, e em um momento em que os Estados Unidos aumentam a pressão sobre o governo libanês para o desarmamento do Hezbollah.

Centenas de simpatizantes do Hezbollah reuniram-se ao sul de Beirute para o cortejo fúnebre de Tabatabai e de outros dois membros do movimento mortos no domingo.

Os caixões, envoltos na bandeira amarela deste movimento aliado ao Irã, foram carregados por milicianos vestidos com uniformes militares que entoaram cânticos religiosos, relatou um correspondente da AFP.

A multidão também gritou palavras de ordem contra Israel e os Estados Unidos, enquanto os participantes carregavam retratos de líderes do grupo e do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

O Exército israelense afirmou no domingo que “eliminou o terrorista” Tabatabai, apresentado como “chefe do Estado-Maior do Hezbollah”.

O Hezbollah informou que Tabatabai havia assumido o papel de líder militar após a última guerra com Israel, na qual o grupo sofreu grandes perdas, incluindo a morte de seus principais dirigentes.

Israel bombardeia com frequência o Líbano apesar da trégua, alegando que seus alvos são membros e infraestrutura do Hezbollah para impedir que o grupo se rearme.

Segundo o acordo, o Hezbollah deveria retirar suas forças ao norte do rio Litani, cerca de 30 quilômetros ao norte da fronteira com Israel, e desmantelar sua infraestrutura militar nessa área.

Em virtude de um plano aprovado pelo governo, o Exército libanês deve desmantelar a infraestrutura militar do Hezbollah ao sul do rio antes do final do ano.

O Hezbollah rejeitou veementemente a medida.

Durante o funeral, Ali Damush, um alto comandante do movimento xiita, afirmou que o assassinato de Tabatabai busca “amedrontar e enfraquecer” o Hezbollah para que “se renda e se submeta” e assegurou que esse objetivo não será alcançado.

Além disso, instou as autoridades do Líbano a “rejeitar as pressões” para se submeter ao que qualificou como “ditames” dos Estados Unidos e de Israel.

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